SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A ViaMobilidade concluiu na madrugada desta segunda-feira (14) a instalação de barreiras nas portas de plataformas da linha 5-lilás do metrô de São Paulo.

Os dispositivos de proteção foram instalados nas 17 estações da linha depois da morte de Lourivaldo Ferreira Silva Nepomuceno, 35.

O passageiro ficou preso entre as portas do trem e da plataforma na estação Campo Limpo, na zona sul paulistana. O acidente ocorreu em 6 de maio. A implantação do sistema de proteção começou dez dias depois.

Desenvolvidas pela própria concessionária, as barreiras –chamadas gap fillers– são estruturas poliméricas e metálicas, fabricadas sob medida para reduzir o vão entre o trem e a plataforma.

“A iniciativa tem como objetivo reforçar a segurança dos passageiros no momento do embarque e desembarque”, diz a concessionária.

Ao todo, foram encomendadas 3.500 unidades e as instalações ocorreram durante o período noturno, quando estavam suspensas as operações dos trens.

O projeto começou a ser instalado após autorização da Artesp (Agência de Transporte do Estado de São Paulo), responsável pela regulação das concessões estaduais.

Documentos confirmados pela Folha na época do acidente mostraram que a ViaMobilidade cobrava desde 2023 a aprovação da instalação do equipamento de segurança.

Naquele ano, dois passageiros haviam ficado presos entre as portas do trem e da plataforma, nas estações Giovanni Gronchi e Campo Limpo. Em 2022, houve um acidente semelhante na estação Santa Cruz e, um ano antes, na Chácara Klabin. Ninguém morreu ou ficou gravemente ferido.

Em novembro do ano passado, a concessionária chegou a marcar uma reunião para apresentar uma solução a representantes da Secretaria de Parcerias e Investimentos e do Metrô, mas os representantes da companhia estatal não compareceram.

A solução proposta era a instalação dos gap fillers. O equipamento impossibilitaria que um passageiro ficasse preso entre as duas portas.

O Metrô alegou, em respostas à concessionária, que esperava a solução da empresa responsável pelo fornecimento de portas de plataforma e dos trens. O equipamento desenvolvido pelo fornecedor só seria recebido em junho deste ano e, após a aprovação, seria repassado para a concessionária. Em novo ofício, o prazo foi postergado para outubro.

Na época do acidente, o Metrô disse que havia aberto uma sindicância para apurar o acidente e que havia pactuado com fornecedor e com a operadora da linha-5 a instalação, em até 90 dias, de barreiras físicas do tipo gap filler nas 17 estações da linha, com o objetivo de diminuir a distância entre as portas de plataforma e os trens. O processo de implantação terminou antes.