SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A empresa Faria Lima Prime Properties negocia com a Prefeitura de São Paulo a aquisição da chamada Alameda das Artes, no Itaim Bibi, zona sul da capital. O negócio é estimado em cerca de R$ 6 milhões, por uma área de 380 metros quadrados.

A companhia é a responsável pela incorporação do edifício B32, da Birmann, localizado na avenida Faria Lima, ao lado da alameda. O empreendimento, com conjuntos comerciais e um teatro, é conhecido também como “prédio da baleia”, em razão de uma escultura metálica instalada em sua entrada.

Segundo Adriana Batista, consultora de projetos imobiliários da FLPP, o interesse da empresa é preservar o propósito original da área, que havia sido doada com a intenção de viabilizar a abertura de uma rua —projeto posteriormente cancelado por lei. Parte da área já pertence atualmente à empresa, que completaria o trecho com a compra da parte pública.

“Ao propor a aquisição, a empresa busca garantir que o espaço continue cumprindo uma função urbana relevante, agora como área de fruição pública, circulação de pedestres e expressão artística, alinhada ao uso que já vem sendo promovido no local”, afirma.

Ela afirma a aquisição da área consolida a Alameda das Artes como um espaço permanente de circulação pública e exposições de arte urbana. O local já é usado para eventos culturais e oferece ações abertas ao público. Adriana afirma que, caso a compra seja efetivada, o espaço permanecerá aberto e “destinado à fruição pública e a atividades culturais gratuitas”.

Adriana diz que a avaliação da área deve ser atualizada e “que o terreno não possui potencial construtivo, pois já foi transferido anteriormente ao edifício vizinho, o que significa que não há possibilidade de edificações nesse perímetro”.

“A proposta é transparente, tem finalidade pública e está ancorada em um histórico de uso responsável e aberto da área, o que reforça a legitimidade da iniciativa”, afirma.

A compra depende da aprovação pelos vereadores e a sanção do prefeito Ricardo Nunes (MDB). Em nota, a gestão afirma que a “alienação de bens públicos é um instrumento legal e constitucionalmente previsto para a gestão eficiente dos recursos municipais”.

A prefeitura diz que o pedido de compra foi formalizado e “está em fase inicial de análise”. “A decisão final dependerá de uma rigorosa verificação do interesse público”, afirma.

Não é a única área pública que a gestão Nunes pretende negociar. Um projeto encaminhado pelo prefeito à Câmara trata da venda da travessa sem saída Engenheiro Antônio de Souza Barros Júnior, localizada na rua Pamplona, entre a avenida Nove de Julho e a alameda Lorena, nos Jardins.

Nesse caso, a rua seria vendida para uma incorporadora, que pretende incluir a área, de 647 metros quadrados, em um condomínio de luxo a ser construído no local. A empresa já adquiriu os imóveis em torno da travessa. O negócio é estimado em R$ 16 milhões e o acesso ao local seria restrito aos condôminos.