PARIS, FRANÇA (FOLHAPRESS) – Ruas vazias, pontos turísticos cercados e um efetivo de 11.500 agentes de segurança para manter a ordem marcaram o domingo (13) na capital francesa. Mesmo após a derrota para o Chelsea na final da Copa do Mundo de Clubes -resultado que frustrou a chance de um título inédito para o Paris Saint-Germain e para o futebol francês-, Paris seguiu alheia: sem festa, protesto ou comoção.
As estruturas montadas para o feriado nacional de 14 de julho, conhecido como Fête nationale ou Dia da Bastilha, que celebra dois marcos simbólicos da Revolução Francesa -a Tomada da Bastilha (1789) e a Festa da Federação (1790)-, somadas ao forte esquema de segurança contribuíram para o silêncio após a sonora derrota diante da equipe londrina.
Apesar do favoritismo que o PSG carregou até o início da partida, a prefeitura vetou a instalação de telões na cidade. Também foi determinado o fechamento de estações de metrô em pontos estratégicos, com foco na Avenida Champs-Élysées, onde foram instaladas estruturas da cerimônia nacional.
“Nenhuma aglomeração será tolerada”, disse a prefeitura em comunicado. A polícia interditou, ainda, a Place de l’Étoile e a Place de la Concorde para veículos e pedestres.
As restrições também foram impostas para evitar uma repetição do que se viu no começo de junho, quando o PSG celebrou a conquista inédita da Champions League. A festa começou com euforia e acabou em distúrbios nas ruas de Paris e outras cidades da França. Segundo as autoridades, 79 pessoas foram detidas, acusadas de bloquear vias, vandalizar lojas e soltar fogos de artifício na Champs-Élysées.
Na ocasião, dois jovens morreram, um menor foi esfaqueado em Dax e outro, atropelado em Paris. Além disso, um policial ficou em coma por ferimentos causados por fogos de artifício.
Segundo a promotora parisiense Laure Beccuau, desta vez, não havia sinais de que torcedores pudessem organizar atos semelhantes. “Não há grandes preocupações em termos de ordem pública”.
Neste domingo, a única concentração significativa de torcedores ocorreu no Parc des Princes, que recebeu cerca de 2 mil visitantes -em sua maioria turistas e famílias. O público foi ao estádio para o tradicional tour, que, excepcionalmente neste dia, oferecia também a transmissão do jogo em um dos telões internos.
A derrota do PSG, no entanto, ecoou na mídia francesa.
A cobertura dedicada à decisão destoou do que se viu ao longo da competição, em que o novo Mundial da Fifa passou quase despercebido pelos franceses.
Na sexta-feira (11), antevéspera do confronto, o tradicional jornal L’Equipe, por exemplo, havia dedicado somente duas páginas à final, no meio de sua edição, depois de textos sobre o Tour de France.