NOVA JERSEY, EUA (UOL/FOLHAPRESS) – A final do Mundial de Clubes colocará frente à frente equipes com perfis totalmente distintos. O jeito turrão e frio adotado pelo Chelsea contrasta com a leveza e informalidade do PSG, que vive fase mais humanizada sob gestão de Luis Enrique.

Chelsea e PSG se enfrentam neste domingo (13), às 16h (horário de Brasília), no Metlife Stadium, em Nova Jersey (EUA), para definir quem será o campeão do torneio.

Reclamão do Mundial

O Chelsea pegou a fama de ser o “reclamão” da competição. As queixas sobre paralisação climática, calor e fim de temporada deram a tônica das entrevistas.

Já nos bastidores, o clube deu trabalho para a Fifa, descumprindo protocolos em zonas mistas e se mantendo distante no relacionamento com a entidade, a imprensa e os torcedores.

Seus jogadores passaram a maior parte do tempo dando respostas curtas, secas e minimizando resultados, como o lateral Cucurella, por exemplo, após a derrota para o Flamengo. O técnico italiano Enzo Maresca pegou birra com o contraste de calendário dos europeus com os times brasileiros, algo que voltou a citar antes da final.

“Quando disse que a gente jogou mais do que eles (times brasileiros), um colega do Brasil disse: ‘não foi bem assim’. Mas os times brasileiros ficaram de férias de dezembro a janeiro, enquanto os nossos jogadores, o último mês de férias que tiveram foi há mais de um ano. Acho que essa é uma diferença difícil para eles entenderem, mas é uma diferença enorme. Em termos de energia, estamos encerrando uma temporada, então finalmente teremos três semanas de folga após 15 meses de jogo ininterrupto, e vamos tentar recuperar nossa energia para o ano que vem”, disse Enzo Maresca.

PSG ‘abrasileirado’

Já o PSG tem desconstruído a imagem que carregou por muito tempo de ser um clube frio e “artificial”. A veia espanhola de Luis Enrique, carregada de emoção à flor da pele, e um elenco mais equilibrado, sem grandes estrelas e galácticos, tem conquistado a simpatia de quem vive o Mundial desde o início da competição.

Para a Fifa, o clube francês tem sido mais colaborativo. Horários a cumprir? Cumpriram. Principais nomes na zona mista? Colocaram. Falar mal da competição? Muito pelo contrário.

Após a goleada sobre o Real Madrid por 4 a 0, nas semifinais, um recorde: disponibilizaram cinco atletas para falar com os jornalistas. Nenhuma outra equipe da competição colocou tanto jogador à disposição após o jogo.

O espírito informal vai muito além de Luis Enrique passar o treino de antevéspera da final descalço e sem camisa. Na coletiva horas depois, o ambiente se manteve. Enquanto os ingleses se mantiveram 100% protocolares, os franceses chegaram cedo e quebraram a formalidade. Funcionários se apresentaram e ficaram na “resenha”, trocando contatos e fazendo networking com jornalistas de países de fora da Europa.

O ambiente é uma coisa incrível. Acho que o Luis Enrique sabe gerir muito bem isso em todas as questões, com todos os atletas. Ele sabe lidar com cada um deles. Acho que ele é a chave fundamental do nosso vestiário

Beraldo, sobre Luis Enrique