SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Justiça de São Paulo decidiu reclassificar a morte do marceneiro Guilherme Dias Santos Ferreira, 26, baleado por um policial militar de folga, como homicídio doloso, quando há intenção de matar.

Na delegacia, a ocorrência havia sido registrada como homicídio culposo, ou seja, sem intenção.

O Ministério Publico estadual havia solicitado a mudança, acatada nesta sexta-feira (11) pelo magistrado responsável. O inquérito foi posteriormente encaminhado a uma das varas do Júri da Capital, segundo o tribunal.

Vídeo mostra ação na qual homem negro foi morto por PM de folga em SP

O caso ocorreu no último dia 4 na estrada ecoturística de Parelheiros, na zona sul de São Paulo.

Segundo a SSP (Secretaria de Segurança Pública), o policial Fábio Anderson Pereira de Almeida, que estava de folga, teria confundido o marceneiro Guilherme Dias Santos Ferreira, 26, um homem negro que trabalhava em uma fábrica de camas, Dream Box, com um assaltante. A vítima havia acabado de sair do trabalho e estava a caminho de um ponto de ônibus. Ele carregava carteira, celular, um livro e uma marmita.

Antes, segundo o boletim de ocorrência, o agente havia reagido a uma tentativa de roubo por um grupo de motociclistas, às 22h35. Ele fez disparos para dispersar os suspeitos. Um deles teria deixado a moto no local.

Uma testemunha que estava próxima ao PM contou, ainda de acordo com o registro, ter visto quando ele atirou em Guilherme, que se aproximava da motocicleta caída no chão, uma Honda CBX 250 Twister de cor azul. Ainda segundo essa testemunha, o agente atirou afirmando ter certeza que Guilherme estava envolvido no assalto.

Guilherme foi morto com um tiro na cabeça, pelas costas. Conforme o boletim de ocorrência, foi verificada no corpo uma lesão na região da cabeça, atrás da orelha direita.

Após ser autuado por homicídio culposo, o PM pagou fiança de R$ 6.500 e foi liberado. A Corregedoria investiga o caso. O agente foi retirado das ruas pela corporação.