SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – O técnico Luis Enrique foi questionado sobre o maior elogio ao Paris Saint-Germain ser chamado de “Futebol Total.” Rejeitou a afirmação: “O grande elogio é quando companheiros de trabalho, sejam técnicos ou jogadores, dizem que gostam de ver o PSG em ação.”
Mas às perguntas certas, o técnico do Paris se abre como seu ataque expandido, da direita com Hakimi à esquerda com Kvaratskhelia.
Questionado sobre dirigir a versão mais coletiva desde que a Qatar Sports Investment adquiriu as ações do clube francês e tornou-o um representante do governo asiático em território europeu, em 2011, Luis Enrique se soltou: “Agora, sim. Estamos falando de um time com onze estrelas. Não queremos ter uma estrela. Somos onze. E talvez mais: doze, treze, catorze estrelas”, afirmou.
É curiosa a formação do Paris Saint-Germain nas duas temporadas completas sob o comando do treinador asturiano. Nascido em Gijón, transferido ao Real Madrid em 1991, depois ao Barcelona, em 1996, virou torcedor do Barça declarado, mas não perdeu raízes das Astúrias. Quem nasce lá, no norte da Espanha, é famoso pelo sentido de comunidade e raízes locais. Este senso coletivo, comunitário, apareceu no vídeo vazado de sua conversa com Mbappé: “Os líderes são os que trabalham pelos seus companheiros”.
Depois, quando afirmou convicto que o Paris Saint-Germain seria uma equipe melhor a partir do momento em que o projeto do clube deixou de privilegiar Mbappé e passou a ser de proteção a toda a equipe. Mesmo assim, teve problemas. Depois da vitória por 3 x 1 sobre o Rennes, em 27 de setembro, Luis Enrique discutiu com Dembélé por causa das questões coletivas da equipe. Afastou-o da viagem a Londres e perdeu para o Arsenal por 2 x 0.
Dembélé retornou na partida seguinte e não evitou problemas do PSG, que fechou a antepenúltima rodada da fase de Liga, na Champions, com apenas sete pontos, em 25º lugar e virtualmente eliminado. Como venceu seus últimos três jogos, contra Salzburg, Manchester City e Stuttgart, classificou-se no 15º posto, disputou a repescagem contra o Brest e as oitavas de final contra o Liverpool. Começou a saga do melhor time coletivo das últimas décadas.
Em 2015, Luis Enrique conquistou sua primeira Champions League dirigindo o Barcelona do trio MSN: Messi, Suárez e Neymar. Agora, é completamente diferente. O Paris Saint-Germain das onze estrelas recusa também os prêmios individuais. Luis Enrique foi questionado em sua última entrevista antes da finalíssima se será eleito o técnico do ano, pela Fifa: “Eu não acredito em prêmios individuais. Muito menos para técnicos. Os jogadores os ganham por se destacarem dentro de uma equipe”.
Se este é seu melhor trabalho da carreira: “Não é. Fui melhor em muitas vezes em que perdi”.