Da Redação

O inverno em Goiás chegou com uma combinação intensa de calor, ar seco e ausência prolongada de chuvas, cenário que preocupa especialistas não só por seus efeitos no meio ambiente, mas também pelo impacto direto na saúde da população — especialmente na visão. Segundo o Cimehgo (Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás), o estado registra níveis de umidade entre 21% e 30% durante as tardes, o que configura, segundo a Organização Mundial da Saúde, uma condição de alerta.

Esse ar extremamente seco, agravado pela poluição e aumento das queimadas, contribui para um aumento expressivo nos casos de irritação e inflamações oculares. No Centro de Referência em Oftalmologia (Cerof) da UFG, crescem os atendimentos relacionados à síndrome do olho seco, conjuntivite alérgica e inflamações na córnea. Os sintomas mais comuns incluem ardência, coceira, vermelhidão e sensação de areia nos olhos.

A falta de umidade compromete a produção e estabilidade da lágrima, o que deixa os olhos desprotegidos. E o problema piora com hábitos do dia a dia, como o uso excessivo de telas e exposição prolongada ao ar-condicionado.

Como proteger seus olhos no tempo seco?

De acordo com o Cerof, algumas medidas simples podem fazer toda a diferença:

  • Use colírios lubrificantes, sempre com orientação médica;
  • Beba bastante água durante o dia;
  • Evite locais muito secos ou com ar climatizado sem ventilação;
  • Proteja os olhos do vento e da poeira com óculos apropriados;
  • Mantenha o ambiente mais úmido, com vaporizadores ou toalhas molhadas.

Além disso, a Sociedade Brasileira de Oftalmologia reforça a importância de manter consultas regulares com o oftalmologista, mesmo na ausência de sintomas. Crianças devem ser avaliadas desde cedo, e adultos devem fazer exames oftalmológicos ao menos uma vez por ano. Pessoas com doenças crônicas ou histórico familiar de problemas oculares precisam de acompanhamento ainda mais frequente.

Poluição e queimadas agravam a situação

A fumaça das queimadas e os poluentes no ar, cada vez mais comuns nesta época do ano, são vilões extras. Eles irritam a mucosa ocular, desencadeando quadros alérgicos e infecciosos. Diante desse cenário, a população goiana deve ficar atenta e não subestimar os sinais que os olhos dão.

Cuidar da visão no inverno seco é mais do que uma questão de conforto — é uma necessidade de saúde pública. E, com algumas medidas simples no dia a dia, é possível atravessar essa fase sem prejuízos para os olhos.