Da Redação
Soltar pipa parece uma diversão inofensiva, mas tem se tornado um problema grave para a rede elétrica em Goiás. No primeiro semestre de 2025, a Equatorial Goiás registrou 375 interrupções causadas por pipas enroscadas nos cabos — um aumento de 87,5% em relação ao mesmo período de 2024, quando foram 200 ocorrências. Mais de 99 mil clientes ficaram sem energia por conta desse tipo de incidente, um salto expressivo diante dos 28 mil afetados no ano anterior.
Com as férias escolares, o número de crianças e adolescentes nas ruas aumenta, e a concessionária faz um apelo urgente por mais responsabilidade. Os principais focos do problema estão em Aparecida de Goiânia (84 ocorrências), Goiânia (70), Anápolis (23), Águas Lindas (19), Rio Verde (17) e Caldas Novas (13).
“Não é só brincadeira: pode ser fatal”, alerta concessionária
Segundo Vinicyus Lima, gerente do Centro de Operações Integradas da Equatorial, o crescimento nas ocorrências está ligado à desinformação. “A tentativa de resgatar uma pipa com vergalhão, vara de bambu ou cano metálico pode resultar em choque elétrico com consequências fatais. E mesmo linhas sem cerol podem conduzir eletricidade se estiverem molhadas”, destaca.
Além de colocar vidas em risco, as pipas causam prejuízos significativos ao sistema elétrico. “Quando uma dessas linhas atinge a rede, precisamos isolar o trecho afetado e acionar equipes de manutenção. Isso impacta hospitais, comércios, indústrias e residências”, afirma Lima.
Cerol e linha chilena agravam o perigo — e são proibidos por lei
Outro fator que aumenta o risco são as linhas cortantes, como cerol e linha chilena. Feitas com vidro moído ou outros materiais abrasivos, elas não só causam ferimentos graves em pedestres, ciclistas e motociclistas, como também rompem fios de alta tensão, podendo provocar incêndios e grandes apagões.
O uso dessas substâncias é crime em Goiás, proibido pela Lei Estadual nº 18.627/2014, com previsão de multa e apreensão do material. A Equatorial reforça a importância de pais e responsáveis fiscalizarem os materiais usados pelas crianças e adolescentes.
Dicas para soltar pipa com segurança:
- Sempre escolha lugares abertos, longe da fiação elétrica, como praças, campos ou parques;
- Jamais tente recuperar pipas presas na rede elétrica — o risco de choque é altíssimo;
- Não utilize linhas com cerol, linha chilena ou qualquer outro material cortante ou metálico;
- Evite usar rabiolas, pois elas facilmente se enrolam nos fios;
- Supervisão adulta é essencial durante a brincadeira;
- Atenção redobrada com motos e bicicletas: uma linha invisível pode ser perigosa e até fatal.
Em caso de acidente com energia elétrica:
- Afaste-se do local e mantenha outras pessoas longe;
- Nunca toque em objetos ou vítimas que estejam em contato com fios;
- Ligue para o Corpo de Bombeiros (193) e Equatorial Goiás (0800 062 0196) imediatamente.
A Equatorial Goiás reforça que brincar de pipa pode ser seguro — mas apenas quando feito com responsabilidade e longe da rede elétrica. A vida sempre deve vir em primeiro lugar.