SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Aos 14 anos, Luke Ellis já sonha em estudar no Instituto de Tecnologia de Massachusetts, o MIT. Considerado um gênio na escola, o adolescente demonstra mais do que inteligência acima da média –ele controla objetos com a mente, poder que ainda não entende por completo.

Uma noite, ele é sequestrado e acorda no Instituto, onde é submetido a experimentos cruéis sob o pretexto de salvar a humanidade.

Assim começa “O Instituto”, nova série do MGM+ baseada no livro homônimo do escritor americano Stephen King. A trama acompanha a jornada de Luke, interpretado pelo ator Joe Freeman, e outras crianças com habilidades sobrenaturais, confinadas em uma instalação secreta onde são tratadas como adultos.

Lá, vivem sob vigilância constante, cumprem uma rotina de testes e sofrem punições físicas e mentais. Ao mesmo tempo, têm acesso a cigarros e álcool, comprados com tokens que recebem pelo bom comportamento.

Os testes determinam quais delas serão “graduadas” –transferidas para a chamada “metade de trás” do Instituto, desconhecida para os recém-chegados.

A operação é comandada por Mrs. Sigsby, personagem de Mary Louise-Parker, diretora da instalação, com o apoio do chefe de segurança Mr. Stackhouse, feito por Julian Richings, e do cientista Dr. Hendricks, feito por Robert Joy.

O Instituto é retratado em cenários assépticos, sem janelas, que reforçam a sensação de isolamento. Ao mesmo tempo, o espaço incorpora elementos da vida lá fora. Os quartos são réplicas dos quartos reais das crianças, e os corredores e o refeitório têm aparência semelhante à de uma escola, criando um contraste entre familiaridade e controle.

A série foi encomendada por King, que também atua como produtor executivo. O roteiro é de Ben Cavell, com direção e produção de Jack Bender, parceiro frequente do escritor em outras adaptações para a TV.

Segundo Bender, o projeto de adaptação começou pouco depois do massacre de Parkland, tiroteio em uma escola da Flórida que deixou 17 mortos, em 2018. “Depois desse episódio, vi as crianças daquela escola se unirem para confrontar os adultos sobre o que precisava mudar. Tentamos levar essa reflexão para a história de King”, relembra.

Sem vilões sobrenaturais, a maldade em “O Instituto” é humana e institucionalizada. Nesse sentido, seus funcionários também são vítimas da estrutura autoritária, pressionados a manter a operação viva.

Mrs. Sigsby, por exemplo, acredita estar do lado certo da história. Filha de um militar, aprendeu que algumas vidas podem ser sacrificadas em nome da segurança coletiva. “Para Sigsby, os sentimentos dela e dos outros não importam. É um pensamento quase corporativo de priorizar o sucesso da empresa”, comenta a atriz Mary Louise-Parker.

Segundo Parker, sua interpretação partiu de um questionamento lançado por Bender no início das filmagens, “até onde você iria para impedir um apocalipse?”.

Paralelamente, a narrativa acompanha Tim Jamieson, interpretado por Ben Barnes, um ex-policial que se instala em uma pequena cidade no Maine, em busca de recomeço. Sua história corre em paralelo à de Luke, até que os enredos se conectam, revelando os bastidores da operação que sustenta o Instituto.

Segundo Barnes, os personagens de Tim e Luke compartilham o impulso de confrontar o que consideram injusto. “Estamos sempre esperando que a próxima geração mude o que não conseguimos mudar. Tim e Luke representam o fato de que o mal se combate em coletivo”, diz o ator.

Para Joe Freeman, o personagem de Luke assume papel de liderança que vai além de sua idade. “As pessoas subestimam a capacidade dos jovens, mas existem crianças no mundo todo que se tornam adultas rápido demais para sobreviver”, afirma.

A adaptação preserva os principais eventos do livro, mas faz mudanças pontuais. Uma delas é a idade dos personagens principais, que na série são um pouco mais velhos do que na obra de King. Segundo os criadores, a decisão partiu da preocupação em não trazer crueldade excessiva às cenas de violência, além de ampliar o alcance entre adolescentes e pré-adolescentes.

“Queríamos que todos pudessem se identificar com algum aspecto da história, não só os fãs de King ou de terror sci-fi”, diz o roteirista Ben Cavell. “Existe um desafio inerente em qualquer adaptação de King, porque ele descreve muito bem a vida interna dos personagens, seus pensamentos e emoções. Sabíamos que era pedir muito de um ator jovem, mas o Joe Freeman foi um gênio”, completa.

“O Instituto” estreia em 13 de julho, com a exibição dos dois primeiros episódios no canal MGM+. A série também estará disponível para streaming no Amazon Prime Video, por meio da assinatura do canal MGM+ dentro da plataforma.

O Instituto

Quando: Estreia dia 13 de julho, na MGM+

Classificação: Livre

Elenco: Ben Barnes, Mary Louise-Parker e Joe Freeman

Produção: Estados Unidos, 2025

Direção: Jack Bender e Brad Turner