SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O MGI (Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos) realizou nesta sexta-feira (4) uma live de tira-dúvidas sobre a segunda edição do CNU (Concurso Nacional Unificado). Foram respondidas perguntas enviadas previamente pelos candidatos nas redes sociais.

O objetivo era ajudar no processo de inscrição, que começou nesta terça-feira (2) e vai até as 23h59 do dia 20 de julho, no site da FGV (Fundação Getulio Vargas).

O certame oferece 3.652 vagas distribuídas em 32 órgãos federais e em ao menos 37 cidades do país. Do total, 3.144 vagas são de nível superior (sendo 1.172 para cadastro de reserva) e 508 de nível médio. Os salários iniciais chegam a R$ 16 mil.

As provas objetivas serão aplicadas no dia 5 de outubro em 228 municípios de todas as regiões do país. Já a prova discursiva está prevista para 7 de dezembro, apenas para quem for classificado na primeira etapa. A divulgação dos resultados deve ocorrer a partir de 30 de janeiro de 2026.

Nesta edição, o CNU terá nove blocos temáticos que agrupam carreiras por área de atuação. Entre os órgãos participantes estão o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), a Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) e os Comandos da Marinha, Exército e Aeronáutica.

CNU TERÁ TRABALHO REMOTO PARA NOVOS SERVIDORES?

O teletrabalho existe no serviço público, mas não é permitido para quem está ingressando. Segundo o governo, faz parte do aprendizado a vivência no local de trabalho, especialmente durante o estágio probatório. O CNU também oferece cursos de formação a novos servidores, que são presenciais.

É POSSÍVEL ESCOLHER A CIDADE ONDE VOU TRABALHAR?

Em alguns casos, sim. Há distribuição regional de cargos em pelo menos 37 cidades brasileiras, mas para vagas do MGI, por exemplo, a capital de lotação costuma ser Brasília (DF). Quando o edital não define a localidade, a administração federal pode designar a cidade conforme o interesse público.

QUAL É A IDADE MÍNIMA E MÁXIMA PARA PARTICIPAR?

A idade mínima é 18 anos completos na data da posse. Já a máxima é limitada pela aposentadoria compulsória, que ocorre aos 75 anos, conforme a legislação em vigor.

COMO POSSO ME INSCREVER NO CNU?

1. Acesse o link de inscrição: https://conhecimento.fgv.br/cpnu2 e clique em “Inscreva-se”.

2. Você será redirecionado para a plataforma Gov.br. Nela, será necessário informar CPF e senha para login

3. Em seguida, será preciso fazer login ou criar um cadastro na página da FGV Conhecimento. Para completar o cadastro, será necessário preencher informações sobre:

– Dados familiares

– Documentos

– Origem

– Informações pessoais

– Endereço

– Dados de contato

Os dados de sexo, nome da mãe e data de nascimento serão importados automaticamente da Receita Federal. O candidato também deve autorizar o termo de consentimento para o envio de comunicados, informativos e notícias sobre o CNU por email ou SMS.

4. Após concluir o cadastro, o candidato iniciará, de fato, sua inscrição. O primeiro passo será informar um único bloco temático para o qual deseja se inscrever.

5. Em seguida, deverá selecionar os cargos e as especialidades disponíveis dentro desse bloco.

6. Depois, é necessário indicar a ordem de preferência para ocupação dos cargos escolhidos.

7. Na sequência, o candidato deverá:

– Informar a cidade onde deseja realizar a prova

– Responder a questões sobre critérios de desempate

– Indicar se deseja concorrer por cotas/vagas reservadas

– Solicitar isenção da taxa de inscrição, se for o caso

8. Também será solicitado o preenchimento de um questionário socioeconômico, que faz parte do processo de inscrição. As respostas não serão utilizadas como critério de eliminação ou classificação.

9. Por fim, o candidato deverá assinalar a declaração de ciência e concordância e salvar a inscrição.

Para finalizar o processo, candidato deverá gerar a GRU (Guia de Recolhimento da União) para pagar a taxa de inscrição, exceto nos casos de isenção. O pagamento da GRU deve ser feito até a data de vencimento para validar a inscrição.

QUEM PODE PEDIR ISENÇÃO DE TAXA?

A taxa única de inscrição é de R$ 70, mas podem pedir isenção candidatos inscritos no CadÚnico, doadores de medula óssea e bolsistas ou ex-bolsistas do Fies ou do Prouni, desde que façam o pedido até dia 8 de julho, diretamente no sistema.

No caso de doadores de medula, a banca irá verificar os dados do candidato no Redome (Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea), mas também será possível apresentar documentos que comprovem a doação.

QUAL É O PERCENTUAL DE COTAS NESTA EDIÇÃO?

O CNU 2 aumentou a reserva de vagas de 20% para 30% e incluiu indígenas e quilombolas na ação afirmativa. A distribuição entres os cotistas será de 25% para pretos e pardos, 3% para indígenas e 2% para quilombolas. No ano passado, cotas para indígenas só existiam para cargos na Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas). Além disso, 5% das vagas serão destinadas a pessoas com deficiência.

COMO FUNCIONA A REGRA ESPECIAL PARA MULHERES?

Para definir os candidatos que seguirão para a segunda fase (a prova discursiva), o governo vai calcular o equivalente a nove vezes o total de vagas de cada cargo. Essa conta será feita tanto para as vagas de ampla concorrência quanto para as de cotas.

Assim, se houver 20 vagas no total, serão chamados para a discursiva 180 candidatos no total (20 x 9). Desses 35% são destinados a cotas (117 para ampla concorrência e 63 para cotas).

Quando o percentual de mulheres convocadas para a segunda fase for menor do que 50% dos classificados em ampla concorrência, o governo vai chamar mais mulheres para que haja a mesma quantidade de homens e de mulheres na disputa da segunda etapa.

PODE SE INSCREVER EM MAIS DE UM BLOCO?

Não. Os candidatos devem escolher apenas um bloco temático, de acordo com sua formação, experiência e interesses profissionais. Eles concorrem exclusivamente aos cargos daquele grupo.

VEJA A DIVISÃO DE BLOCOS DA SEGUNDA EDIÇÃO DO CNU

Nº do Bloco – Nome do Bloco Temático – Número de Vagas – Exemplos de áreas envolvidas

1 – Seguridade Social: Saúde, Assistência Social e Previdência – 789 – Saúde pública, assistência social, laboratórios

2 – Cultura e Educação – 130 – Ensino, patrimônio, políticas culturais

3 – Ciências, Dados e Tecnologia – 212 – Ciência de dados, inovação, estatísticas

4 – Engenharias e Arquitetura – 306 – Infraestrutura, mobilidade, obras públicas

5 – Administração – 1.171 – Gestão, orçamento, recursos humanos

6 – Desenvolvimento Socioeconômico – 286 – Indústria, comércio, desenvolvimento regional

7 – Justiça e Defesa – 250 – Segurança pública, justiça, direitos humanos

8 – Intermediário – Saúde – 168 – Apoio administrativo em saúde

9 – Intermediário – Regulação – 340 – Apoio técnico em áreas regulatórias

POR QUE ALGUMAS VAGAS DE ENSINO MÉDIO PEDEM FORMAÇÃO TÉCNICA?

Embora ambos sejam de nível intermediário, os blocos 8 e 9 têm perfis distintos.

O bloco 8, voltado à área da saúde, exige formação técnica específica para a maioria dos cargos -como técnico em enfermagem, em farmácia hospitalar e em segurança do trabalho.

Já o bloco 9 reúne vagas em agências reguladoras. Nele, a maioria das funções exige apenas ensino médio completo, sem necessidade de formação técnica.

Segundo Bruno Bezerra, professor do Estratégia Concursos, “apesar da nomenclatura de nível intermediário, o bloco 8 é, na prática, voltado para candidatos com formação técnica na área da saúde. Não é um bloco indicado para quem possui apenas o ensino médio completo, sem formação técnica”, afirma.

Na recomendação prática, quem tem apenas ensino médio deve priorizar o bloco 9, de Regulação. Já o bloco 8 é mais adequado para quem já tem diploma técnico na área da saúde.

SEGUNDA GRADUAÇÃO CONTA COMO TÍTULO?

A resposta também varia de acordo com o bloco e o cargo. Nem todas as segundas graduações são aceitas como título -e, quando são, podem ter peso reduzido na pontuação final. Isso depende da decisão do comitê gestor do bloco e dos órgãos supervisores de carreira.

A recomendação é verificar no edital específico de cada cargo quais títulos são aceitos e a pontuação correspondente.

VEJA O CALENDÁRIO DO CNU DE 2025

– Inscrições: das 10h de 2/7/25 até 23h59 de 20/7/25 (pagamento até 21/7)

– Solicitação da isenção da taxa de inscrição: 2 a 8/7/25

– Prova objetiva: 5/10/25, das 13h às 18h

– Convocação para prova discursiva: 12/11/25

– Convocação – confirmação de cotas e PcD: 12/11/25

– Envio de títulos: 13 a 19/11/25

– Procedimentos de confirmação de cotas: 8/12 a 17/12/2025

– Prova discursiva para habilitados na 1ª fase: 7/12/25

– Previsão de divulgação da primeira lista de classificação: 30/01/2026

MPF PEDIU A SUSPENSÃO DO CONCURSO

Na quinta (3), o MPF (Ministério Público Federal) pediu à Justiça Federal do Distrito Federal a suspensão imediata do concurso de 2025. O órgão aponta falhas no edital que poderiam comprometer a efetividade das cotas raciais previstas em lei. O MGI diz não ter

As críticas às políticas de cotas começaram em 2024, quando candidatos cotistas relataram ter sua autodeclaração negada pelas bancas de heteroidentificação, mesmo em casos de militantes do movimento negro. Essas negativas foram contestadas judicialmente, com alegações de falta de fundamentação nas decisões.

Na época, o MPF pediu a suspensão da divulgação dos resultados até que as falhas fossem corrigidas, mas o MGI manteve a publicação. Os resultados já estavam alguns meses atrasados por um pedido anterior do MPF de incluir candidatos eliminados por erros no preenchimento de cartões-resposta.

A identificação dos candidatos agora será feita por códigos de barras nos cadernos de prova, para evitar falhas na correção e aumentar a segurança.

Em 2024, o primeiro CNU foi o maior concurso público já realizado no Brasil, com 2,1 milhões de inscritos disputando 6.640 vagas em 21 órgãos federais. A seleção, no entanto, enfrentou adiamento por conta das enchentes no Rio Grande do Sul.

Para 2025, o governo prevê a aplicação extraordinária de provas caso desastres naturais impeçam a realização do certame em alguma região, desde que ao menos 0,5% dos candidatos sejam afetados.