LISBOA, PORTUGAL (FOLHAPRESS) – Três dias e 3.000 participantes depois, chegou ao fim a 13.ª edição do Fórum de Lisboa, evento que tem o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes como principal organizador e que é apelidado de “Gilmarpalooza”.

A referência ao festival de música americano que reúne diversas atrações numa mesma edição não chateia o ministro, pelo contrário. “Alguém brincou dizendo que agora nós temos que chamar de Fórum Internacional de Lisboa, mas, se quiserem, podem continuar chamando de Gilmarpalooza”, disse o magistrado, arrancando gargalhadas de quem acompanhava a entrevista coletiva após o encerramento do evento, nesta sexta-feira (4).

No que depender do ministro, o fórum vai continuar reunindo o primeiro escalão da política brasileira em solo português. “Podemos até fazer algo como este no Brasil, só que é muito difícil manter as pessoas no ambiente que nós conseguimos manter aqui, nesse processo de imersão”, afirmou, “mas certamente nós estamos com as nossas mentes, os nossos interesses, os nossos corações voltados para o Brasil”.

Críticas sobre os custos de viagens também não incomodam. Questionado pela Folha sobre a transparência dos gastos do evento, Gilmar respondeu que “a transparência é total”.

“Nós não temos nenhum problema em relação a isso. As instituições que sustentam o fórum têm absoluta tranquilidade em relação a isso. Muita gente que vem para cá vem por conta própria, portanto nós não pagamos passagem, a não ser daqueles que precisam de apoio, nem hotel da maioria dos palestrantes. Esse é outro charme, outra singularidade deste fórum. As pessoas têm interesse e empenho em dele participar”, afirmou o magistrado.

“Se cria muito mistério, vocês veem aí a vinda de empresários que conversam com juízes. Nós conversamos com juízes em todos os lugares no Brasil, os advogados, os empresários. O Brasil tem uma tradição de muita receptividade em relação a isso. E ninguém vem aqui para fazer coisa errada, vocês sabem disso. Vocês são testemunhas, a abertura que nós damos para a mídia é total, porque ninguém está com medo de nada”, disse.

O evento reuniu cerca de 150 autoridades nos últimos dias, incluindo outros ministros do STF, como Flávio Dino, André Mendonça e Alexandre de Moraes. Participaram adversários políticos, incluindo bolsonaristas como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e auxiliares do presidente Lula -como os ministros Jorge Messias (Advocacia-Geral da União) e Ricardo Lewandowski (Justiça).