O Governo de Goiás está abrindo um novo capítulo na forma de realizar obras públicas ao anunciar a construção e modernização de mais de 330 quilômetros de rodovias estaduais. Com recursos que ultrapassam R$ 1,145 bilhão, oriundos do Fundeinfra, o pacote de sete grandes intervenções será executado de forma inédita no Brasil: através de parceria com uma Organização da Sociedade Civil (OSC).

Inspirado na Lei Federal nº 13.019/2014, o modelo prevê que o Instituto para o Fortalecimento da Agropecuária de Goiás (Ifag) seja o responsável por contratar e gerir as obras, após assinatura de termo de colaboração com o Estado. A proposta substitui o modelo tradicional, considerado lento e burocrático, por uma alternativa que prioriza eficiência, transparência e resultado.

As melhorias rodoviárias beneficiarão diretamente cidades estratégicas como Bela Vista, Silvânia, Caçu, Perolândia, Iporá e Itarumã, e incluem não apenas pavimentação, mas também construção de pontes e duplicações. As obras contemplam as rodovias GO-461, GO-147, GO-178, GO-180, GO-206 e GO-220.

Segundo o governador Ronaldo Caiado, o formato representa uma revolução na administração pública: “Estamos superando a burocracia que trava o progresso. Com esse novo pacto, entregamos infraestrutura de qualidade, no prazo, com total controle e segurança. Goiás mostra ao país que é possível fazer diferente — e melhor.”

Fiscalização tripla e controle rigoroso

A execução das obras será acompanhada de perto pela Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (Goinfra), pela Controladoria-Geral do Estado (CGE) e pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE-GO). O Ifag, como executor, será responsável por contratar empresas via chamamento público, com pré-qualificação feita pela Goinfra.

Essas empresas deverão apresentar comprovação técnica, seguro de responsabilidade civil e de conclusão de obra com cláusula de retomada — que garante a continuidade dos serviços mesmo em caso de abandono por parte da contratada.

Foco em resultado, não em promessas

Para o secretário estadual de Infraestrutura, Adib Elias, o novo sistema corrige distorções históricas: “Chega de contratos que premiam o menor preço, sem capacidade de execução. Com essa nova lógica, ou a empresa entrega a obra no prazo e como foi combinado — ou está fora. O foco agora é o compromisso com a população.”

Transparência como base do modelo

O presidente da Goinfra, Pedro Sales, reforça que o controle será mais rígido do que nos contratos tradicionais: balancetes mensais, auditorias independentes, relatórios técnicos e fiscalização presencial farão parte do processo. “Se houver qualquer irregularidade, a obra será interrompida imediatamente. A estrutura de fiscalização foi desenhada para evitar falhas e garantir cada centavo investido.”

A iniciativa é respaldada por duas legislações: a Lei Estadual nº 21.670/2022, que criou o Fundeinfra, e a Lei nº 23.291/2025, que reconhece o Ifag como parceiro habilitado do Estado — ambas aprovadas com parecer favorável da Procuradoria-Geral do Estado.

Trechos e investimentos por rodovia:

  • GO-461 / GO-194 / GO-221 (52,35 km): R$ 108.089.940,82
  • GO-147 (Bela Vista – Silvânia | 46,26 km): R$ 170.056.613,10
  • GO-178 (dois trechos | total 85,4 km): R$ 314.820.727,24
  • GO-180 (32,88 km): R$ 138.570.338,86
  • GO-206 (68,37 km): R$ 247.481.181,43
  • GO-220 (Perolândia | 45,2 km): R$ 166.578.626,92

Totalizando R$ 1.145.597.427,47 em investimentos e dando início a um modelo que pode virar referência em todo o país.