SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Conselho de Sentença do Tribunal do Júri do Rio de Janeiro condenou nesta quinta-feira (3) a 40 anos de prisão o homem acusado de planejar o assassinato da corretora de imóveis Karina Garofalo, morta em agosto de 2018, aos 44 anos, na frente do filho de 11.
O condenado é o ex-marido da vítima, Pedro Paulo Barros Pereira Júnior. Ele vai cumprir a pena, em regime inicialmente fechado, por homicídio triplamente qualificado. A defesa nega que ele seja o mandante do crime e vai recorrer.
Karina foi assassinada a tiros na porta de um condomínio, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, enquanto caminhava de mãos dadas com o filho. Ela foi atingida pelas costas.
O julgamento teve duração de 15 horas e o júri reconheceu que o crime foi cometido por motivo torpe, com emprego de recurso que impossibilitou a defesa da vítima e praticado pelo fato de a vítima ser do sexo feminino, em contexto de violência doméstica e familiar.
Segundo o processo, o crime foi cometido por “vingada abjeta contra a vítima em razão de disputas judiciais que envolviam a divisão de bens” e questões relacionadas ao filho do casal.
Os tiros teriam sido disparados por um primo de Pedro Paulo, Paulo Maurício Barros Pereira. Ele estava acompanhado de outro homem, Hamir Feitosa Todorovic, que monitorava a rotina de Karina.
Condenado em 2023 a 30 anos de prisão, Todorovic morreu enquanto cumpria a pena. O suposto atirador aguarda o julgamento. Um suposto segundo mandante, ex-sogro da vítima, também ainda não foi julgado.
De acordo com o processo, o ex-marido fez várias ligações para o filho no dia do crime para acompanhar os passos da vítima.
“O crime foi meticulosamente premeditado pelo réu, tendo refletido por considerável lapso temporal a empreitada criminosa, trabalhando psiquicamente a conduta, planejando o modo de execução, álibis e janela de oportunidade adequada para ceifar a vida da vítima”, diz trecho da sentença.
Os tiros acertaram a cabeça de Karina e o corpo da corretora foi deixado na calçada perto da casa em que ela morava.
Os suspeitos foram identificados a partir da análise de câmeras de segurança da região do crime. As imagens mostram que Karina era seguida após sair de um shopping e caminhar de volta para casa.