SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – A Agência de Proteção Ambiental dos EUA afastou nesta quinta-feira (3) 144 funcionários que assinaram uma carta acusando o governo Trump de politizar o órgão.
Funcionários que assinaram a carta foram colocados em licença administrativa pelas próximas duas semanas. Conforme e-mail enviado pela agência aos trabalhadores, eles continuarão recebendo seus salários durante esse período. Uma investigação interna foi aberta para apurar o caso.
Agência alega que o governo foi eleito pelo povo e suas decisões devem ser respeitadas. “A Agência de Proteção Ambiental tem uma política de tolerância zero para com os burocratas de carreira que ilegalmente minam, sabotam e enfraquecem a agenda do governo eleito pelo povo deste país em novembro passado”, escreveu a secretária de imprensa do órgão, Brigit Hirsch, em e-mail ao New York Times.
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ADVOGADOS E SINDICATOS APONTAM DESRESPEITO À LIBERDADE DE EXPRESSÃO
Defensores dos trabalhadores acusaram o presidente dos EUA, Donald Trump, de desrespeitar a Primeira Emenda. Conforme advogados, funcionários e ex-funcionários da agência ouvidos pelo jornal, o republicando estaria ignorando o direito à liberdade de expressão dos trabalhadores signatários do documento ao afastá-los de seus cargos.
Para sindicato, medidas da agência foram “claramente um ato de retaliação”. Declaração é de um representante da Federação Americana de Funcionários Públicos, que representa mais de 8.000 trabalhadores da agência estatal.
CARTA ACUSA GESTÃO DE IGNORAR A CIÊNCIA
Conforme o documento, as atuais políticas da agência favorecem os “poluidores”. “O consenso científico está sendo ignorado em benefício dos poluidores”, afirma o texto. Também segundo a carta, recentes ações do órgão “colocam em risco a saúde pública e corroem o progresso científico, não apenas nos Estados Unidos, mas em todo o mundo”.
Texto aponta uso político da agência. “Sob este governo, as plataformas de comunicação da agência foram usadas para promover a desinformação e a retórica abertamente partidária”, afirmam os mais de 200 funcionários, ex-funcionários e apoiadores signatários.