SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O diretor Wolf Maya, 71, resolveu abrir o coração sobre sua sexualidade e afetos, ao relembrar sua trajetória pessoal e profissional. Conhecido por comandar produções memoráveis da TV Globo como “Mulheres de Areia” (1993), “Barriga de Aluguel” (1990), “Kubanacan” (2003) e “Senhora do Destino” (2004), o artista está afastado da televisão e atualmente se dedica à formação de novos talentos na escola de atores que fundou.
“Sou mais homoafetivo do que homossexual”, afirmou Maya a revista Veja, ao descrever como enxerga sua vida afetiva hoje. “Cheguei a essa conclusão há muito tempo. Sempre valorizei muito a proximidade, o carinho, o afeto. Tive grandes amigos e relações intensas. A sexualidade, pra mim, sempre esteve ligada à criatividade, à troca.”
Pai de duas filhas Maria Maya, fruto de seu casamento com a diretora Cininha de Paula, e Manu Maya, do relacionamento com a produtora Vânia de Brito o diretor se mostrou confortável ao falar da própria trajetória íntima, inclusive dos momentos em que não pôde realizar o desejo de ser pai mais vezes.
“Podia ter tido quatro ou cinco filhos. Mas, naquela época, eu era muito sem esperança para as mulheres com quem me relacionei. Meus amores acabaram optando por não seguir adiante com essas gestações. Já tirei uns três filhos que poderiam estar aí vivos, e eu adoraria que estivessem.”
Wolf diz que sua sexualidade deixou de ser um conflito há bastante tempo. “Essa relação é resolvida. Eu me entendo como alguém bissexual, mas, ao mesmo tempo, acho que isso nem deveria importar. Acho que o ser humano, por essência, é bissexual. Só que declarar isso, hoje, é quase como assinar um documento sobre algo que deveria ser natural”, explicou.
Sobre o rótulo, ele desconversa: “A minha sexualidade não interessa aos outros. Convivo muito bem com ela. E o mais importante: sou feliz.”
Mesmo longe das câmeras, Maya continua acompanhando a cena artística e se dedica a incentivar novas gerações de atores. Em sua escola, já passaram nomes conhecidos da televisão.