Da Redação
O rapper e magnata da música Sean “Diddy” Combs continuará preso enquanto aguarda a definição de sua sentença, após ter sido condenado por duas acusações relacionadas ao transporte de pessoas com fins de prostituição. A decisão foi confirmada nesta quarta-feira (2) pelo juiz federal Arun Subramanian, que justificou a negativa de liberdade com base no comportamento violento do réu e sua aparente indiferença às leis.
A defesa tentou reverter a detenção imediatamente após o veredito, alegando que Diddy deveria retornar para casa com a família enquanto aguarda o desfecho do caso. O pedido, no entanto, foi rejeitado. A promotora Maurene Comey argumentou que a gravidade das acusações exige sua permanência sob custódia. O tribunal marcou uma audiência preliminar para o dia 8 de julho, com a possibilidade de a sentença ser anunciada em 3 de outubro.
Mesmo tendo sido absolvido de crimes mais severos, como tráfico sexual e conspiração para extorsão — que poderiam levá-lo à prisão perpétua —, Combs ainda enfrenta até 20 anos de detenção, considerando as penas máximas previstas para os dois crimes pelos quais foi condenado.
O caso, que começou a ser julgado em maio, expôs um lado sombrio do artista. A promotoria o retratou como líder de um esquema abusivo sustentado por manipulação psicológica, violência e coerção. Segundo os relatos do governo, Diddy submetia suas parceiras a experiências sexuais forçadas com outros homens enquanto observava e filmava. Os episódios, chamados de “freak-offs”, ocorriam sob influência de drogas e álcool.
A defesa reconheceu episódios de violência doméstica e consumo de entorpecentes por parte do artista, mas sustentou que ele jamais agiu como um “traficante sexual” ou chefe de uma rede criminosa. “A acusação distorce os fatos e exagera a narrativa”, disse o advogado Marc Agnifilo, que ainda tenta negociar uma audiência mais breve.
Cartas apresentadas ao juiz influenciaram a decisão de manter Diddy atrás das grades. Uma delas foi assinada por Cassie Ventura, ex-namorada do artista e uma das principais vozes contra ele no processo. Cassie afirmou que Diddy representa uma ameaça contínua a ela e a outras testemunhas. “Ele ainda exerce poder e medo sobre todos ao seu redor”, escreveu ela, ao lado do advogado Douglas Wigdor.
Diddy, que já esteve envolvido em escândalos anteriores, teve sua imagem amplamente arranhada desde que Cassie o acusou publicamente de abusos em um processo civil encerrado com um acordo milionário em 2023. O julgamento criminal, contudo, trouxe novas acusações e mais testemunhos — incluindo o rapper Kid Cudi, a cantora Dawn Richard e um ex-assistente.
Com o caso ainda em aberto e a sentença por vir, o futuro de Sean Combs parece cada vez mais comprometido, tanto na música quanto fora dela.