SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Hacker causa um prejuízo danado ao BC e a uma empresa de pagamentos, chocólatras podem fazer festa com redução do preço do chocolate importado e outros destaques do mercado nesta quinta-feira (3).

**IH, VAZOU**

Um ataque hacker desviou cerca de R$ 1 bilhão de recursos mantidos no Banco Central. É o maior evento do tipo já registrado no Brasil, segundo o Grupo FS, empresa de segurança cibernética.

COMO ASSIM?

A invasão atingiu contas de clientes da empresa C&M Software, que presta serviços de tecnologia para instituições do setor financeiro.

Segundo fontes ouvidas pela Folha de S.Paulo, R$ 500 milhões do valor subtraído pertenciam a uma única cliente da companhia.

TROCA-TROCA

A C&M administra a troca de informações entre instituições financeiras ligadas ao SPB (Sistema de Pagamentos Brasileiro), como bancos, gestoras e fintechs. Por isso, ao invadir a empresa, os hackers tiveram acesso a muitos dados.

Embora o sistema inclua o ambiente do Pix, esta estrutura específica não foi abalada. Houve relatos de instabilidade no serviço.

Entre os clientes da empresa estão carteiras de peso, como Bradesco e XP. Ambas disseram que não foram afetadas pelo incidente.

E O BC?

O papel dele é supervisionar o SPB, o que coloca a C&M sob o seu guarda-chuva. A autarquia afirmou que a prestadora de serviços comunicou o ataque à infraestrutura tecnológica e que determinou o “desligamento do acesso das instituições às infraestruturas por ela operadas”.

CHORANDO PELO LEITE DERRAMADO

A equipe técnica do BC está apurando quanto foi possível recuperar do dinheiro desviado, mas o montante é pequeno, segundo uma análise preliminar.

Até o fechamento desta edição da newsletter, não havia informações oficiais sobre a dimensão do desvio e sobre quais clientes da empresa de tecnologia foram afetados.

LIMPANDO OS RASTROS

A fintech SmartPay, que oferece integração entre o Pix e plataformas de criptoativos, afirma que seu serviço foi utilizado para converter as quantias desviadas em criptomoedas.

De acordo com Rocelo Lopes, CEO da SmartPay, a empresa passou a bloquear as operações e iniciou um processo para estornar o que foi possível dos valores desviados.

**AVISO AOS CHOCÓLATRAS**

Um alerta dos bons chega para aqueles que colocam o chocolate em um pedestal. O Mercosul fechou um acordo de livre comércio com um bloco econômico que tem a Suíça e a Noruega entre os membros. Isso significa que a iguaria importada pode ficar mais barata.

O QUE ACONTECEU

O tratado foi selado em Buenos Aires, onde acontece uma reunião dos líderes do Mercosul. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente Lula participam do evento.

Lá, selaram um acordo com o Efta (Associação Europeia de Livre Comércio), bloco econômico que reúne Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein.

Ele engloba um mercado de aproximadamente 290 milhões de consumidores e um PIB (Produto Interno Bruto) de cerca de US$ 4,39 trilhões (R$ 23,75 trilhões).

OS GANHOS

A troca entre os países pode valorizar alguns produtos sul-americanos no exterior. O Mercosul terá livre comércio com a Suíça, por exemplo, de café torrado, álcool etílico, suco de laranja, fumo não manufaturado, melões, bananas, uvas frescas, amêndoa e manteiga de cacau.

E O CHOCOLATE?

Espertos que são, os suíços impuseram quotas de importação de laticínios com taxas menores. A medida inclui chocolates e queijos do país.

Os chocolates suíços hoje pagam 20% de imposto para entrar no Mercosul.

Com o acordo, parte das importações, em uma cota ainda não definida, será isenta da tarifa.

O RESTO

A Efta vai eliminar 100% das tarifas de importação dos setores industrial e pesqueiro no momento da entrada em vigor do acordo. Os produtos agrícolas terão acesso ao livre comércio, com cotas definidas.

A negociação prevê um cronograma de redução gradual das tarifas até zero, no período de 15 anos.

**LEVANDO A BOTA**

Nada como um “layoff” para animar a vida do trabalhador.

A Microsoft anunciou ontem que vai demitir 4% da força de trabalho da empresa no mundo todo, o que representa cerca de 9.000 funcionários. As informações foram adiantadas pelas agências de notícias AFP e Bloomberg.

Ainda não se sabe se o escritório no Brasil será afetado pela medida.

REPETECO

A novidade vem apenas dois meses após a empresa ter dispensado outros 6.000 funcionários. É a quarta rodada de demissões desde o ano passado.

“Continuamos implementando as mudanças organizacionais necessárias para melhor posicionar a empresa e suas equipes para o sucesso em um mercado dinâmico”, disse um porta-voz da companhia.

Em outras palavras, a empresa não detalhou os motivos da decisão.

TODOS NO MESMO BARCO

O corte afetará todas as equipes, regiões e períodos de trabalho, segundo a Bloomberg.

A divisão de jogos Xbox foi uma das mais afetadas. Centenas de funcionários foram desligados, o que levou à interrupção de projetos como o jogo “Everwild”, que estava em desenvolvimento.

A divisão King, do game “Candy Crush”, terá cerca de 200 funcionários demitidos, o que representa 10% da equipe sediada em Estocolmo, na Suécia.

Outros escritórios europeus, como a ZeniMax, também passaram por cortes ontem, segundo interlocutores, enquanto o estúdio The Initiative, que desenvolvia “Perfect Dark”, foi desligado.

Só a divisão de games da empresa tinha cerca de 20 mil empregados em janeiro de 2024. Ela está sob pressão para melhorar os resultados financeiros desde a aquisição da Activision Blizzard, em outubro de 2023, por US$ 69 bilhões (R$ 373 bilhões).

**O QUE MAIS VOCÊ PRECISA SABER**

Tudo o que eu gosto é ilegal, imoral… ou é taxado. A OMS (Organização Mundial da Saúde) pediu impostos que aumentem em 50% os preços do álcool, do açúcar e do tabaco.

O de cima sobe, o de baixo desce. No segundo trimestre, as vendas da Tesla seguiram caindo na Europa, enquanto as da BYD subiam.

Melhorou, mas nem tanto. Para especialistas, novo CNU (Concurso Nacional Unificado) melhorou, mas ainda não avalia as “soft skills” dos candidatos, aquelas que dizem respeito ao comportamento.

R$ 20 bilhões… é quanto o governo espera arrecadar em 2026 com o corte de alguns incentivos fiscais.