BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Lideranças do PT realizaram nesta quarta-feira (2) um encontro virtual com influenciadores para discutir estratégias de disseminação de conteúdo em defesa dos projetos do governo Lula (PT) de isenção do Imposto de Renda para quem tem renda de até R$ 5.000 e de tributação dos super-ricos.

O encontro coincide com o momento em que o governo petista decidiu intensificar o discurso “ricos contra pobres”, após a derrubada do decreto sobre o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras pelo Congresso).

A reunião virtual foi aberta a todos os interessados e contou com a presença de pouco mais de 200 pessoas. Entre os participantes, estavam Jilmar Tatto, deputado federal e secretário de comunicação do PT, e Marco Aurélio Carvalho, coordenador do Prerrogativas, grupo de advogados ligado ao governo.

Em suas falas, os petistas e aliados comemoraram o que veem como sucesso da campanha “taxação BBB”, que defende que bilionários, bets e bancos paguem mais impostos para que seja possível custear a isenção do Imposto de Renda de quem ganha até R$ 5.000. A avaliação é a de que a mobilização tem tido grande repercussão e alcance para além dos círculos petistas.

Os vídeos estão sendo elaborados pela produtora Urissanê, do publicitário Otávio Antunes, que foi marqueteiro de diversas campanhas petistas, como a presidencial de Fernando Haddad em 2018. Antunes também participou do encontro, assim como o senador e presidente do PT, Humberto Costa, o presidente da Fundação Perseu Abramo, Paulo Okamotto, e a criadora do perfil “Eu Tô com Lula” nas redes, Teresa Freitas.

Os participantes disseram que acham que o conteúdo tem linguagem direta, com potencial mobilizador, e fornece argumentos facilmente reproduzíveis pela militância nas redes sociais e outros espaços de discussão.

Em sua fala, Tatto disse que a linha política que o PT decidiu adotar agora é a do “99% contra 1%” e que o partido entrou em “modo de pré-campanha”.

“O país está polarizado. Nos chamaram para a briga, estamos para briga. Experimenta. De 9 eleições nacionais, ganhamos 5”, disse o deputado. Ele compartilhou a avaliação de que o governo esteve nas cordas nos últimos dois anos em termos de comunicação, mas disse que agora “acertou a embocadura”.

Antunes, por sua vez, afirmou que foi procurado pelo partido com a demanda pela melhor forma de apresentar a reforma da renda.

Segundo ele, a ideia da campanha é transmitir a ideia da isenção do IR como “justiça histórica, justiça de verdade”. Por esse argumento, não se trataria de aumento de imposto, mas de “aumento de justiça”.

O publicitário também disse que, após esse primeiro debate sobre justiça, a campanha deve promover comparações mais objetivas, como, por exemplo, o custo do Bolsa Família e o custo da isenção tributária para os mil maiores produtores rurais do país -segundo ele, o valor seria o mesmo, cerca de R$ 158 bilhões.

Okamotto, por sua vez, apresentou iniciativas complementares para que os petistas defendam o governo Lula e seus projetos.

Ele disse que o PT deve criar uma central de relacionamento para conversar com influenciadores e ouvir sugestões de projetos, um “time de curadoria” para analisar o que tem sido compartilhado por petistas nas redes sociais e que pode ser aproveitado pela sigla.

Afirmou ainda que pretende organizar canais de distribuição dos conteúdos com a ajuda de parlamentares e dirigentes petistas.

O presidente da Fundação Perseu Abramo também apresentou a ideia de formar um consórcio de produção de conteúdo pró-governo, que contaria com a participação de PT, CUT e outras instituições do movimento sindical, agências parceiras, entre outros.

Segundo Okamotto, a ideia é fornecer “mais argumentos para nossos companheiros discutirem com a população” e criar uma “articulação nacional unificada para defender o governo Lula e a democracia”.