O Governo de Goiás ampliou a oferta de leitos exclusivos para o tratamento de Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag) em todo o estado. O secretário de Estado da Saúde de Goiás, Rasível Santos, anunciou, na segunda-feira (30/06), a disponibilização de mais 163 leitos de unidade de terapia intensiva (UTI), bem como de outros 50 leitos de suporte ventilatório, em 52 municípios de todas as regiões do estado.
Os leitos eram utilizados para o atendimento de outras doenças e foram convertidos, conforme o plano de ação, para o atendimento de Srag. A medida, resultante de um esforço conjunto entre o Governo de Goiás e os municípios, foi possível a partir da decretação do estado de emergência em relação à síndrome respiratória aguda grave.
O decreto de emergência foi promulgado pelo governador Ronaldo Caiado devido ao avanço vertiginoso dos casos de Srag no território goiano.
Síndrome Respiratória Aguda Grave
Os registros da SES-GO demonstram que a taxa de incidência de Srag ficou acima do limite esperado por sete semanas consecutivas, fato que causou grande preocupação nos gestores da Saúde. Em 2025, até o momento, o estado registra 6.743 casos, sendo 1.117 por Influenza, 306 por Covid-19, 1.486 por Vírus Sincicial Respiratório e 680 por Rinovírus.
Rasível Santos informou que o aumento expressivo de casos resultou no avanço de 33% de internação hospitalar por Srag no estado e, como consequência, no aumento expressivo das taxas de ocupação de leitos clínicos e de UTIs, tanto nas unidades públicas quanto nas conveniadas ao Sistema Único de Saúde (SUS).
Diante desse cenário, foi imprescindível as tratativas para a promulgação do decreto pelo fato de ele possibilitar a implantação imediata de leitos ao atendimento de pacientes de Srag, o que foi feito pela SES-GO.
Decreto de emergência
O decreto de emergência prevê o cofinanciamento para a implantação ou reversão dos leitos, com o pagamento de diária de R$ 500 para os leitos de suporte ventilatório e o aumento no valor da diária de UTI de R$ 600 para R$ 2 mil.
“Essa iniciativa vai ampliar a capacidade de resposta ao tratamento das pessoas com Srag e diminuir a taxa de ocupação de leitos”, sublinhou o secretário.
Paralelamente a isso, os gestores da SES-GO estão orientando os diretores das unidades hospitalares e os profissionais de saúde a seguirem os protocolos específicos ao tratamento da enfermidade; diminuir o tempo de internação; e não desperdiçar recursos escassos.
Baixa cobertura
O elevado número de casos de Srag está intimamente relacionado à baixa cobertura contra a influenza, vacina que está disponível nas mais de 700 salas de vacinas de todo o Estado desde 1º de abril.
Os registros da SES-GO apontam que o índice de cobertura vacinal nos componentes dos grupos prioritários, entre eles idosos, gestantes, menores de 2 anos, imunodeprimidos e pessoas com deficiência, é de apenas 38%, patamar extremamente baixo diante da cobertura preconizada pelo Ministério da Saúde, de 95%.
Rasível Santos conclamou a população a “exercer a cidadania” e vacinar-se contra a influenza e a Covid-19 para evitar os casos graves de Srag.
“O Estado adota todas as iniciativas para assegurar a assistência integral à população, mas é necessário que cada pessoa faça a sua parte. As vacinas são seguras e diminuem as complicações das doenças”, sublinhou.
Os registros da SES-GO demonstram o avanço nas internações por Srag. De janeiro a junho de 2024, Goiás registrou 8.011 solicitações de internação por Srag. Em 2025, no mesmo período, esse número chega a 10.676 solicitações, configurando um aumento de 33,27%.
Em maio de 2024, o número de solicitações foi de 1.767, em maio deste ano foram 2.406 solicitações. Além do Governo de Goiás, 24 municípios já solicitaram ao Ministério da Saúde recursos financeiros para conversão dos leitos de terapia intensiva adulto para o atendimento de SRAG.
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Fonte: Agência Cora
