SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O rapper Sean “P. Diddy” Combs foi considerado culpado, nesta quarta, pelos crimes de transporte para fins de prostituição nos casos envolvendo suas ex-namoradas, Cassie Ventura e uma mulher anônima, que usou o pseudônimo de Jane. Ele foi inocentado de extorsão, crime pelo qual poderia até ser condenado à prisão perpétua, assim como acusações de tráfico sexual de Ventura e de sua outra ex-parceira, que poderiam render 20 anos de prisão.

Em uma declaração enviada à revista americana Variety, o advogado de Ventura, Douglas H. Wigdor, elogiou sua cliente por demonstrar força em seu depoimento e apresentar acusações que inevitavelmente levaram o caso a julgamento. “Todo esse processo criminal começou quando nossa cliente Cassie Ventura teve a coragem de apresentar sua queixa civil em novembro de 2023”, disse Wigdor.

“Embora o júri não tenha considerado Combs culpado de tráfico sexual, Ventura abriu caminho para que o júri o considerasse culpado de transporte para prostituição. Cassie deixou uma marca indelével tanto na indústria do entretenimento quanto na luta por justiça. Devemos repetir -sem reservas- que acreditamos e apoiamos nossa cliente, que demonstrou coragem exemplar durante este julgamento”, acrescentou o advogado.

“Ela demonstrou força inquestionável e chamou a atenção para a realidade de homens poderosos em nossa órbita e para a má conduta que persiste há décadas sem repercussão. Este caso provou que a mudança já deveria ter ocorrido há muito tempo, e continuaremos a lutar em nome das sobreviventes.”

A apresentadora americana também reagiu, compartilhando no Instagram: “Acho que um júri nunca quer acreditar que uma mulher fica por causa de poder e coerção. Eles só acham que as mulheres ficam por quê? Dinheiro – fama -‘elas adoram o abuso’- que piada de merda. Essa decisão me deixou furiosa.”

Ventura entrou com uma ação contra Combs alegando estupro em novembro de 2023. Embora um acordo tenha sido firmado no dia seguinte, ela se tornou uma testemunha-chave no julgamento dele, prestando um depoimento de quatro dias, no qual alegou que ele a agredia e abusava psicologicamente de forma rotineira. Fotos dos ferimentos que ela sofreu durante seu relacionamento de 11 anos com Combs foram mostradas, e vídeos das “surras” deles foram exibidos para o júri.

Combs aguarda sentença pelas duas acusações de transporte, cada uma das quais pode resultar em uma pena máxima de 10 anos de prisão.