SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A 5ª Vara Especial da Infância e da Juventude da Capital determinou a internação, por tempo indeterminado não superior a três anos, de um adolescente suspeito de furtar ao menos um condomínio na cidade de São Paulo.
O processo corre em segredo de Justiça e, por isso, não foi informada a idade do adolescente, nem onde ocorreu o furto. Cabe recurso.
Conforme o TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo), o jovem tem seis condenações anteriores por atos equiparados a furto, roubo e associação criminosa, além de outros processos em andamento por condutas similares praticadas em condomínios da capital paulista.
Segundo os autos, o jovem, junto com outras pessoas não identificadas, enganou o porteiro de um prédio, entrou no condomínio e invadiu dois apartamentos, ambos sem moradores no momento.
O adolescente, então, pegou relógios, bijuterias e outros bens das vítimas. Em depoimento, ainda de acordo com o registro, confessou os crimes, que também foram comprovados por imagens de câmeras de segurança.
Na sentença, o juiz Rodrigo Capez reiterou a gravidade do caso, que gerou substancial prejuízo às vítimas, e destacou a reincidência do adolescente.
“Imperiosa, portanto, diante da gravidade concreta dos atos infracionais, de sua multirreincidência, de suas condições pessoais, do contexto de reiteração infracional, de sua profunda inserção no meio delitivo e do seu grave déficit socioeducativo, a aplicação de medida socioeducativa de internação”, escreveu o magistrado, conforme o tribunal.
No último domingo (29), o programa Fantástico mostrou que um adolescente de 17 anos foi apreendido por invadir ao menos 40 condomínios em seis estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Rio Grande do Sul, Goiás e Mato Grosso. O prejuízo estimado às vítimas, de acordo com a reportagem, supera R$ 40 milhões.
Nem a Justiça nem a SSP (Secretaria de Segurança Pública) confirmaram se é o mesmo adolescente condenado, pelo fato de ele ser menor de idade e devido à LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais) e à Lei de Abuso de Autoridade.
O adolescente mostrado na reportagem do programa geralmente agia sozinho, mas em algumas vezes contou com o apoio de outras pessoas.
Para entrar nos prédios, ele aproveitava momentos de distração da portaria ou aguardava um morador abrir o portão e fingia ser um vizinho. Ainda dizia ser parente de moradores.
O programa mostrou que o garoto usava fones de ouvido e roupas de grife. Também chegou disfarçado com peruca.
O adolescente, que acabou preso em 17 de junho, conforme a polícia, morava sozinho em um apartamento de alto padrão e usava um carro de luxo nos crimes. Na entrevista à TV, o delegado Fábio Sanchez Sandrin afirmou que há registros de atos infracionais do jovem desde que ele tinha nove anos. Ele chegou a ficar mais de um ano internado na Fundação Casa.