SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Governo lança Plano Safra para caber no Orçamento, Musk e Trump continuam a se engalfinhar nas redes sociais e outros destaques do mercado nesta quarta-feira (2).

**TANURE + BANCO MASTER**

A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) vê “movimento orquestrado” entre o investidor Nelson Tanure, o Banco Master e o controlador da Ambipar, Tércio Borlenghi Junior, para aumentar o preço das ações da empresa de gestão de resíduos –um alinhamento refinado entre várias partes.

CARA-CRACHÁ

Vamos conhecer um pouco mais sobre os personagens dessa história.

– Tércio Borlenghi Junior é fundador e CEO da Ambipar, empresa que administra resíduos e oferece soluções ambientais.

– Nelson Tanure é um dos investidores mais famosos do país. Ele é conhecido por ter um tipo de empresa preferida: aquelas que estão caindo aos pedaços.

– O Banco Master foi fundado por Daniel Vorcaro a partir da compra do antigo Banco Máxima. Neste ano, parte dele foi vendida para o BRB (Banco de Brasília) e o restante está em negociações.

↳ Aqui você encontra as notícias mais recentes sobre o desmembramento do Master e tudo o que o cerca.

O QUE ACONTECEU?

Segundo um relatório da CVM, fundos com participação de Tanure e do Banco Master atuaram em conjunto com Borlenghi Junior, que controla a Ambipar, para valorizar as ações da companhia, que subiram 863% de junho a agosto de 2024.

A área técnica da CVM identificou compras de ações tanto pelo controlador da Ambipar quanto pelos fundos.

PIOR

A valorização dos papéis ajudou Tanure a aumentar o tamanho do seu patrimônio. O empresário usou as ações da Ambipar como garantia para comprar a Emae (Empresa Metropolitana de Águas e Energia), uma estatal paulista.

O Banco Master também viu seu patrimônio crescer com o encarecimento das fatias da gestora de resíduos.

ESQUEMA SOFISTICADO

O órgão de supervisão considerou a estratégia inovadora, já que não houve ação somente do controlador sobre o negócio, mas uma atuação em conjunto.

PENDÊNCIAS

Um processo da autarquia determinou a realização de uma oferta pública de ações da Ambipar em resposta ao suposto esquema. A estratégia reduz o poder concentrado nas mãos dos maiores acionistas da empresa.

**MEU AGRO, MINHA VIDA**

Chegou o momento do ano pelo qual boa parte dos agricultores brasileiros espera: o governo divulgou o Plano Safra de 2025/26.

O anúncio veio em um clima diferente do normal neste ano –as relações entre governo e Congresso estão tensionadas, a Selic está nas alturas e o financiamento veio menor do que alguns setores queriam. Vamos aos detalhes.

↳ O Plano Safra existe para financiar a produção agropecuária no país. Ele disponibiliza anualmente recursos e linhas de crédito para pequenos, médios e grandes produtores do setor.

EM NÚMEROS:

– R$ 605 bilhões é a estimativa de custeio, comercialização e investimentos nos próximos 12 meses;

– R$ 78,2 bilhões são para o Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar), um recorde.

NOVIDADES

Entre elas, está o lançamento de novos programas:

– Pronara (Programa Nacional de Redução de Agrotóxicos), voltado à segurança nas práticas agrícolas.

– SocioBio Mais, que substitui o PGPM-Bio, para garantia de pagamento fixo para três produtos da sociobiodiversidade.

– Programa Nacional de Irrigação Sustentável.

– Programa de Transferência de Embriões, iniciativa inédita voltada à pecuária.

↳ Houve destaque para iniciativas que promovem a agricultura sustentável, um aceno para a COP30 que vem aí. Quem relacionou os dois eventos foi o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira.

E A AJUDA Ó 🤏

Entidades e parlamentares criticaram os juros para as linhas de crédito, que estão mais altos do que no ano passado. O motivo é simples: você viu a taxa Selic? A taxa básica de juros –chamada assim por servir de referência para todas as outras– está em 15%.

Em 2024, quando o Plano Safra 2024/25 foi divulgado, ela estava em 10,5%.

**NO RINGUE COM BILIONÁRIOS**

Se a vida de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, e Elon Musk, homem mais rico do mundo e CEO da Tesla, fosse um reality show, atrairia a atenção do público. Brigas e discussões não faltariam. Vamos às últimas.

INVESTIGA AÍ

Trump sugeriu que o Doge (Departamento de Eficiência Governamental), criado para reduzir os gastos públicos americanos, investigue os subsídios que as empresas de Musk receberam do governo.

O Doge foi criado no início do mandato do presidente, em janeiro, e o bilionário da tecnologia foi nomeado para comandar as operações.

Os dois viviam trocando elogios pela Casa Branca até maio deste ano, quando se estranharam por conta de uma nova lei apoiada pelo republicano. O empresário disse ter se sentido enganado pelo líder político e anunciou a saída dele do governo.

“Elon pode receber mais subsídios do que qualquer ser humano na história, de longe, e, sem subsídios, Elon provavelmente teria que fechar a loja e voltar para casa na África do Sul”, afirmou Trump em sua rede social Truth Social.

“Estou dizendo, CORTEM TUDO. Agora”, escreveu.

O presidente americano disse que teria que “analisar” a possibilidade de deportar Musk.

E AÍ, RECEBE MESMO?

Sim, vários subsídios. O jornal Financial Times relatou em fevereiro que as seis empresas de Musk tem mais de US$ 20 bilhões em contratos governamentais —que o bilionário insistiu anteriormente que foram todos conquistados por mérito.

A Tesla recebeu US$ 2,8 bilhões em subsídios estaduais e federais, enquanto a SpaceX se tornou a operadora de fato do programa espacial dos EUA, ganhando contratos governamentais no valor de US$ 22 bilhões (R$ 119,38 bilhões), conforme a agência de notícias Reuters.

ARREPENDIDO

Como de praxe, Musk usou a rede social X (antigo Twitter, adquirido por ele) para expressar sua opinião sobre esta e outras pautas.

Ele comentou a vez que ganhou uma motosserra personalizada do presidente argentino, Javier Milei, e disse que se arrependeu da exibição do objeto no palco.

**A CORONA DA RAINHA**

Existem poucas vidas melhores do que a de uma herdeira de uma marca famosa de cervejas. A rotina de Maria Asunción Aramburuzabala era para ser uma tranquilidade só: herdeira da Corona, recebeu em mãos uma das maiores fortunas da América Latina.

Sim, mas…Quando seu pai, fundador da marca de cervejas, morreu, ele não havia concluído o plano de sucessão do dinheiro. A Maria Asunción, sobraram brigas empresariais e disputas na Justiça.

Empresários no Grupo Modelo, cervejaria que controlava a marca Corona, queriam tirar uma casquinha do patrimônio dos Aramburuzabala.

TUDO PASSA

A tempestade também. Com o tempo, a herdeira tomou as rédeas da companhia e a fortuna cresceu para US$ 8,2 bilhões (R$ 44,7 bilhões).

MUDANDO A HISTÓRIA

Aos 62 anos, Mariasun (apelido que ganhou na mídia) não quer deixar uma bagunça para trás. Ela se prepara para se afastar da gestão da companhia e organiza a casa para os próximos. Escalou um time de peso para a missão.

Rodolfo Perez, do Goldman Sachs, há três anos, sucedeu-a como CEO da Tresalia (“family office” dos Aramburuzabala), enquanto ela mantinha o cargo de presidente do conselho de administração.

Antonio Gonzalez Anaya, veterano do Credit Suisse, entrou como chefe de pesquisa durante a pandemia.

Bruce Zimmerman, ex-diretor de investimentos do family office de Ray Dalio, foi contratado como diretor de investimentos.

“Family offices”, ou escritórios de família, são empresas privadas que gerenciam o patrimônio e os investimentos de parentes endinheirados.

O time deve abrir o caminho para a próxima geração, sem deixar pendências e problemas para trás.

E AGORA?

Os filhos de Marisun, Pablo e Santiago Zapata Aramburuzabala, estão agora na casa dos 30 anos, idade semelhante à da mãe quando ela assumiu o império da família.

Mas, ao contrário dela, eles têm tempo para conquistar seus espaços no mundo dos negócios, antes de um dia, quem sabe, liderarem a Tresalia.

**O QUE MAIS VOCÊ PRECISA SABER**

Lá em cima. A Aneel anunciou que a conta de luz vai ficar 13,2% mais cara em São Paulo.

Mais grana. Em meio a disputa entre Planalto e Congresso, o Senado aprovou MP que aumenta as receitas da União com o petróleo.

Recuperou? Gol teve prejuízo de US$ 1,42 bilhões em maio, mês anterior à saída da recuperação judicial.