SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – As inscrições para a segunda edição do CNU (Concurso Nacional Unificado) começam nesta quarta-feira (2), a partir das 10h, e vão até o dia 20 de julho.
As inscrições são feitas pela página oficial do concurso (https://conhecimento.fgv.br/cpnu2). É preciso ter uma conta ativa no Gov.br, em qualquer nível (ouro, prata ou bronze). Caso ainda não tenha, será necessário criar uma conta gratuitamente antes de iniciar o processo de inscrição.
Ao fazer a inscrição, o candidato escolhe as carreiras de preferência, que estarão divididas em nove blocos temáticos. Cada bloco reúne as carreiras com semelhanças entre si. A taxa de inscrição será de R$ 70 para todos os cargos, tanto de nível médio quanto superior.
O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos faz alerta de que não serão enviados documentos para inscrição via WhatsApp ou email.
Nesta segunda (1º), o edital da seleção foi divulgado pelo MGI (Ministério da Gestão e da Inovação). Ao todo, serão 3.652 vagas distribuídas entre 36 órgãos públicos federais, com salários iniciais que podem chegar a R$ 16 mil.
As provas objetivas serão aplicadas no dia 5 de outubro em 228 municípios, e a etapa discursiva ocorrerá em 7 de dezembro, apenas para os candidatos aprovados na primeira fase.
*
COMO POSSO ME INSCREVER NA NOVA EDIÇÃO DO ENEM DOS CONCURSOS?
As inscrições para o CNU estarão abertas a partir das 10h desta terça-feira até as 23h59 do dia 20 de julho, pelo horário oficial de Brasília (DF) no site oficial do concurso.
É necessário que o candidato possua uma conta ativa no Gov.br e informe o número do CPF durante o cadastro. No momento da inscrição, o candidato deverá:
– Escolher um único bloco temático;
– Selecionar os cargos e as especialidades disponíveis dentro desse bloco;
– Indicar a ordem de preferência para ocupação dos cargos;
– Escolher a cidade onde deseja realizar as provas.
Além disso, será solicitado o preenchimento de um questionário socioeconômico, que faz parte da inscrição. Essas informações não serão usadas como critério de classificação ou eliminação.
Por fim, o candidato deverá gerar a GRU (Guia de Recolhimento da União) para pagar a taxa de inscrição, exceto nos casos de isenção. O pagamento da GRU deve ser feito até a data de vencimento para validar a inscrição.
QUEM PODE PEDIR ISENÇÃO DA TAXA DE INSCRIÇÃO?
O pedido de isenção deve ser feito no momento do preenchimento do requerimento de inscrição. Terão direito à isenção os candidatos que se enquadrarem em ao menos uma das seguintes situações:
– Inscrição ativa no CadÚnico;
– Doadores de medula óssea em entidades reconhecidas pelo Ministério da Saúde;
– Bolsistas do Prouni (Programa Universidade para Todos), atuais ou ex-bolsistas;
– Financiados pelo Fies (Fundo de Financiamento Estudantil), atuais ou ex-beneficiários.
A isenção deve ser solicitada dentro do prazo de inscrição e será concedida apenas após análise dos documentos comprobatórios exigidos pelo edital.
O QUE CONSIDERAR ANTES DE SE INSCREVER NO CNU?
É essencial analisar com atenção os blocos temáticos e os cargos disponíveis. A professora Letícia Bastos, do Gran Concursos, destaca a importância de verificar os pré-requisitos exigidos, a formação acadêmica compatível, a localidade da vaga e o perfil das atividades a serem desenvolvidas.
“Outro ponto fundamental é avaliar os conteúdos exigidos, que variam conforme o bloco, e verificar se o candidato já possui familiaridade com essas disciplinas. Como a escolha é única e definitiva no ato da inscrição, essa análise prévia é indispensável para uma decisão estratégica”, afirma a professora.
O professor Bruno Bezerra, do Estratégia Concursos, ressalta ainda que os salários e a quantidade de vagas variam bastante. “O bloco 5, por exemplo, tem o maior número de oportunidades (1.172 vagas), sendo mil para o cargo de analista técnico-administrativo, que aceita qualquer formação de nível superior, com remuneração inicial de cerca de R$ 6.800. Já o bloco 9, destinado ao nível médio na área de regulação, oferece salários em torno de R$ 8.000. Vale pesar a relação entre atratividade da remuneração e concorrência”, afirma.
Sobre a lotação dos cargos, ele diz que o candidato deve avaliar se está disposto a se mudar, especialmente para funções com vagas prioritárias em regiões do interior ou em áreas estratégicas para a administração pública.
COMO MONTAR UMA BOA ESTRATÉGIA COM TANTAS OPÇÕES?
Bruno Bezerra afirma que o primeiro passo para montar uma boa estratégia no CNU é entender que o candidato só poderá se inscrever em um único bloco temático. Dentro desse bloco, será possível concorrer a diferentes cargos, desde que o inscrito atenda aos requisitos exigidos para cada um. Por isso, a escolha do bloco é considerada a decisão mais importante da fase inicial.
“O ideal é começar verificando se há um bloco alinhado à sua formação acadêmica”, diz. Quem é da área da saúde, por exemplo, pode optar pelo bloco 1, voltado à seguridade social, ou pelo bloco 8, de nível técnico, com cargos como técnico em enfermagem ou em análises clínicas.
Para quem não tem uma formação específica, os blocos 5, 6 e 7 reúnem cargos generalistas, acessíveis a qualquer pessoa com diploma de nível superior. Já para quem ainda não concluiu o ensino superior, a recomendação é mirar no bloco 9, voltado à área de regulação, que oferece 340 vagas de nível médio, especialmente em agências reguladoras.
Bloco – Nome do bloco temático – Número de vagas
1 – Seguridade Social: Saúde, Assistência Social e Previdência – 789
2 – Cultura e Educação – 130
3 – Ciências, Dados e Tecnologia – 212
4 – Engenharias e Arquitetura – 306
5 – Administração – 1.171
6 – Desenvolvimento Socioeconômico – 286
7 – Justiça e Defesa – 250
8 – Intermediário – Saúde – 168
9 – Intermediário – Regulação – 340
COMO POSSO ME PREPARAR PARA A NOVA BANCA (FGV CONHECIMENTO)?
Nesta edição do CNU, a banca organizadora será a FGV (Fundação Getulio Vargas). O contrato firmado com o governo tem valor de R$ 72 milhões. Segundo especialistas, a escolha exige atenção redobrada por parte dos candidatos, já que a FGV tem um perfil de prova considerado exigente e técnico.
A professora Letícia explica que, em disciplinas como língua portuguesa, a banca costuma cobrar conteúdos com maior densidade teórica, especialmente ligados à interpretação de textos complexos, estrutura sintática, semântica e coesão textual.
“As alternativas frequentemente trazem nuances que testam a precisão da leitura. O uso de pegadinhas linguísticas, conectivos ambíguos e construções que induzem ao erro é uma marca registrada da FGV. O principal cuidado é com a leitura atenta e a análise profunda das opções”, afirma.
Bruno Bezerra destaca que decorar o conteúdo não é suficiente. “As questões da FGV geralmente envolvem situações concretas e exigem do candidato não só conhecimento teórico, mas capacidade de aplicá-lo em cenários reais”, diz. Ele também aponta que a banca costuma explorar jurisprudência atualizada (especialmente do STF e do STJ) em disciplinas como direito constitucional e administrativo, além de cobrar novidades legislativas.
Outro ponto de atenção, segundo o professor, é que a banca também avalia a gestão de tempo e a resistência do candidato durante a prova. “Estudar com profundidade, focar na qualidade e treinar com provas no estilo da FGV são as chaves para um bom desempenho”, diz.
QUAL É A DIFERENÇA DE PREPARAÇÃO ENTRE CARGOS DE NÍVEL MÉDIO E SUPERIOR?
O professor do Estratégia explica que a principal diferença entre as provas de nível médio e superior no CNU está na estrutura das avaliações e não necessariamente no grau de dificuldade das questões.
Para os cargos de nível superior (blocos 1 a 7), a prova objetiva será composta por 90 questões: 30 de conhecimentos gerais e 60 de conhecimentos específicos, distribuídas entre cinco eixos temáticos, cada um com pesos distintos (de 1 a 5). Além disso, a segunda fase contará com duas questões discursivas, ambas relacionadas aos temas específicos do cargo.
Já os cargos de nível médio e técnico (blocos 8 e 9) terão 68 questões objetivas, divididas entre 20 de língua portuguesa e realidade brasileira, 11 de direito constitucional e administrativo, 13 de matemática e 24 de conhecimentos específicos (saúde, no caso do Bloco 8, e regulação, no Bloco 9).
A professora Letícia Bastos reforça também que quem concorrer a vagas de nível deve verificar se o cargo exige a entrega de documentação para a etapa de análise de títulos, prevista em alguns casos.
COMO MONTAR UM CRONOGRAMA DE ESTUDOS?
A professora do Gran Concursos, recomenda que um cronograma eficiente de estudos seja elaborado com base nos pesos e no número de questões previstos no edital.
Ela ressalta a importância de dividir o tempo de forma equilibrada, garantindo que todas as disciplinas sejam contempladas ao longo da semana. Para quem trabalha ou dispõe de pouco tempo, a sugestão é investir em ciclos de estudo, com blocos menores e metas diárias bem definidas.
O professor Bruno Bezerra afirma que, com a prova objetiva marcada para 5 de outubro, o tempo até o CNU é limitado, e o volume de conteúdo, extenso. Por isso, ele orienta que o candidato siga quatro pilares:
– Estudo da teoria
– Resolução de questões da FGV
– Revisões constantes
– Simulados periódicos
Bezerra acrescenta ainda que os candidatos devem ter cuidado para não antecipar a preparação para a prova discursiva. “Como essa etapa será aplicada somente em 7 de dezembro, o foco neste momento deve estar 100% voltado para a prova objetiva. Haverá tempo suficiente para treinar a discursiva entre outubro e dezembro”, afirma.
POSSO CONCILIAR A PREPARAÇÃO PARA O CNU COM OUTROS CONCURSOS?
A professora Letícia avalia que é possível conciliar a preparação para o CNU com outros concursos, desde que o candidato tenha clareza sobre as disciplinas em comum entre os editais. Muitos dos conteúdos exigidos como língua portuguesa, raciocínio lógico, noções de administração pública e direito constitucional também aparecem com frequência em outras seleções.
“Quem tem um cronograma bem planejado pode otimizar o tempo, priorizando as matérias em comum e, nos momentos finais, direcionando a preparação para os conteúdos específicos de cada edital. O cuidado maior deve ser com a gestão do tempo e com a escolha de concursos que realmente tenham interseções relevantes”, afirma.
Já Bezerra diz que dividir o foco pode não ser uma boa ideia, especialmente considerando o curto prazo entre a publicação do edital e a data da prova (96 dias).
“O conteúdo programático do CNU é extenso. Em concursos públicos, o foco total em um único edital costuma ser o que gera os melhores resultados. Portanto, o mais estratégico é escolher o certame mais alinhado aos seus objetivos e dedicar-se integralmente a ele durante esse período”, orienta.
COMO É CALCULADA A NOTA FINAL?
A nota final do candidato será calculada a partir da soma do resultado na prova objetiva com a discursiva e, se for o caso, da prova de títulos.
A prova objetiva será em 5 de outubro e a segunda, discursiva, será aplicada no dia 7 de dezembro apenas para os aprovados na primeira.
QUAIS SÃO AS NOVIDADES DA NOVA EDIÇÃO DO CNU?
Um dos destaques desta edição do CNU é a implementação de uma regra especial para garantir que mulheres sejam pelo menos metade dos classificados para a prova discursiva. Na edição de 2024, as mulheres representaram 56% dos inscritos, mas apenas 37% dos aprovados na primeira fase.
Para definir quem avançará para a segunda etapa, o governo irá convocar um número equivalente a nove vezes o total de vagas de cada cargo, considerando tanto a ampla concorrência quanto as vagas reservadas por cotas. Por exemplo, para um cargo com 20 vagas, serão chamados 180 candidatos para a prova discursiva (20 x 9), sendo 117 para ampla concorrência e 63 para cotas.
Caso o percentual de mulheres convocadas na ampla concorrência seja inferior a 50%, o governo chamará mais mulheres até que haja equilíbrio entre homens e mulheres nessa fase. No exemplo citado, se entre os 117 classificados houver 65 homens e 52 mulheres, serão convocadas mais 13 mulheres, igualando o número para 65 de cada sexo.
Essa regra não implica uma cota de contratação mínima de 50% para mulheres. A convocação para as próximas fases continuará a seguir a ordem de classificação geral.
O certame também traz mudanças na política de cotas, com aumento da reserva total de 20% para 30%, incluindo pela primeira vez indígenas e quilombolas nas ações afirmativas. A distribuição entre os cotistas será de 25% para pretos e pardos, 3% para indígenas e 2% para quilombolas. No ano passado, cotas para indígenas estavam restritas a cargos da Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas). Além disso, 5% das vagas serão destinadas a pessoas com deficiência.
VEJA O CALENDÁRIO DO CNU DE 2025
– Inscrições: das 10h de 2/7/25 até 23h59 de 20/7/25 (pagamento até 21/7)
– Solicitação da isenção da taxa de inscrição: 2 a 8/7/25
– Prova objetiva: 5/10/25, das 13h às 18h
– Convocação para prova discursiva: 12/11/25
– Convocação – confirmação de cotas e PcD: 12/11/25
– Envio de títulos: 13 a 19/11/25
– Procedimentos de confirmação de cotas: 8/12 a 17/12/2025
– Prova discursiva para habilitados na 1ª fase: 7/12/25
– Previsão de divulgação da primeira lista de classificação: 30/01/2026