Walison Veríssimo
O presidente da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), Bruno Peixoto (União Brasil), confirmou que a Casa será convocada extraordinariamente para votar, na próxima quinta-feira (3), o pedido de prorrogação do decreto de calamidade financeira feito pela Prefeitura de Goiânia. A sessão ocorrerá de forma híbrida, em meio ao recesso parlamentar.
O aviso foi feito por Bruno no grupo de WhatsApp dos deputados estaduais e gerou reações imediatas. Parlamentares, inclusive da base, reclamaram da convocação em pleno recesso legislativo, quando parte dos deputados está viajando ou com compromissos fora do estado.
Além do incômodo com o timing, há desconforto em relação ao próprio mérito da proposta. A prorrogação do decreto, que garante ao Paço Municipal maior flexibilidade orçamentária em meio à crise financeira, ainda divide opiniões dentro da Casa. Bruno Peixoto sinalizou que não atuará pessoalmente na articulação dos votos e que caberá a cada parlamentar se posicionar livremente.
Nos bastidores, porém, deputados enxergam que a convocação extraordinária tem aval político do prefeito Sandro Mabel (União Brasil). O próprio Mabel intensificou os contatos com os integrantes da Alego nos últimos dias em busca de apoio.
No entanto, a estratégia foi seletiva: não houve ligações para parlamentares da oposição nem para o deputado Clécio Alves (Republicanos), que se diz independente e uma voz oposicionista ao projeto. Já governistas como Issy Quinan (MDB), crítico público da medida, foram procurados pelo prefeito.
Apesar da divisão interna, aliados do Paço acreditam que os telefonemas de Mabel devem garantir maioria simples em plenário. Outros deputados, contudo, classificam o resultado como imprevisível, diante da falta de consenso e do desgaste político gerado pela medida. A votação na quinta-feira será um novo teste de força entre Executivo e Legislativo em torno da gestão fiscal da capital.