SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Dois agentes da GCM (Guarda Civil Municipal) de Cotia foram presos em flagrante no domingo (29) pela morte de um adolescente de 17 anos, suspeito de roubo na zona oeste de São Paulo.
Segundo boletim de ocorrência, os guardas afirmaram que, ao abordarem dois suspeitos de roubar um veículo no km 19 da rodovia Raposo Tavares, os criminosos bateram o carro em um poste e desceram atirando contra eles e que houve confronto. Os suspeitos, então, teriam continuado a fuga a pé. Pouco depois, um deles teria sido encontrado já morto, caído na calçada da rua Sylvio Lagreca, no Parque Ipê.
De acordo com a SSP (Secretaria da Segurança Pública do estado), policiais civis do DHPP (Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa) foram acionados para prestar assessoramento a uma ocorrência de roubo de veículo na qual um adolescente tinha morrido baleado.
“Ao analisar imagens de câmeras de segurança, a equipe do DHPP descartou a versão apresentada pelos guardas de confronto com suspeitos”, afirmou a pasta da segurança.
As imagens mostram o adolescente e outro homem correndo, sendo perseguidos pela viatura. Um deles conseguiu fugir, mas o adolescente foi cercado na calçada. Ele levantou as mãos em sinal de rendição. Um dos agentes, identificado como José Osmar Ferreira da Silva, 51, atirou contra ele, que não foi socorrido e morreu no local.
José Osmar e o outro agente, identificado como Sérgio Ricardo Barbosa Pimenta da Silva, 43, foram presos em flagrante. As armas dos dois foram apreendidas e a perícia acionada. O caso foi registrado como homicídio na Divisão de Homicídios do DHPP.
O Escritório Michel da Silva & Jefferson Fischer, que representa José Osmar, afirmou que os agentes narraram a história completa ao DHPP e que a prisão é injusta e abusiva. Afirmou também que ele atirou porque o suspeito oferecia risco aos agentes ao correr com as mãos no bolso. Além disso, ele teria atirado contra os guardas momentos antes da abordagem, segundo a defesa, que ressaltou que o adolescente já tinha duas passagens por roubos.
A Folha de S.Paulo não conseguiu contato com a defesa de Sérgio Ricardo na manhã desta terça-feira (1º).
A Prefeitura de Cotia afirmou que os agentes foram afastados preventivamente de suas funções operacionais durante a apuração. Declarou ainda que os guardas estavam no exercício de suas funções de agentes de segurança pública e conseguiram a libertação das vítimas que foram roubadas.
“Pelo fato de Cotia fazer divisa com o município de São Paulo, os guardas-civis se deslocavam até o km 19 para retornarem para Cotia, momento em que presenciaram a ação dos acusados e saíram em perseguição resultante no que foi exposto acima. Em razão da proximidade territorial entre Cotia e a cidade de São Paulo, os agentes atuaram no perímetro do km 19 da rodovia Raposo Tavares, local onde interceptaram os suspeitos e deram início à perseguição que culminou no fato em apuração”, destacou a Prefeitura de Cotia.