RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – As consultas de empresas por crédito do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) mostraram uma “pequena desaceleração” em meio ao ciclo de aumento da taxa básica de juros (Selic), indicou nesta terça-feira (1º) o diretor de planejamento e relações institucionais do banco, Nelson Barbosa.

A declaração ocorreu em entrevista a jornalistas durante evento da instituição no Rio de Janeiro. Barbosa foi questionado sobre o cenário para os financiamentos do BNDES ao final do primeiro semestre.

As consultas são a primeira etapa do fluxo de liberação de crédito. Representam os pedidos de empréstimos que chegam ao BNDES, antes da aprovação e do desembolso dos recursos pela instituição.

“As aprovações continuam crescendo, os desembolsos também. As consultas mostraram uma pequena desaceleração. Como a maioria dos nossos empréstimos segue a taxa de mercado, a taxa de cinco anos do Tesouro, também conhecida como TLP [Taxa de Longo Prazo], o BNDES é muito afetado pela política monetária”, afirmou Barbosa.

Em outro momento da entrevista, o diretor disse que as consultas seguem mais as condições imediatas do mercado, que é impactado pela Selic em dois dígitos. A Selic chegou a 15% ao ano em junho, em uma tentativa do BC (Banco Central) de conter a inflação.

Barbosa ainda foi questionado se a taxa básica estaria em um patamar errado, acima do adequado, mas ele desconversou. “A gente não comenta política monetária, a gente se adapta”, disse.

No primeiro trimestre de 2025, as consultas ao BNDES por crédito atingiram R$ 53,1 bilhões, de acordo com balanço já divulgado. Houve redução de 13% em relação a um ano antes.

Já as aprovações cresceram 35% no mesmo período, enquanto os desembolsos avançaram 8%. Os resultados do segundo trimestre ainda não são conhecidos.