SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O embate entre Poderes pelo IOF continua, e o Judiciário entrou no jogo com a decisão de Lula de brigar no STF pelo decreto.

Também na edição: BYD inaugura fábrica na Bahia com carros quase prontos da China e outros destaques do mercado nesta terça-feira (1º).

**IOF NO STF**

Lula bateu o martelo. Mesmo com a resistência de uma ala do governo e de seu partido, o presidente vai brigar na Justiça pelo decreto do IOF.

Nesta terça-feira (1°), a AGU (Advocacia-Geral da União) deve protocolar uma ação no STF para questionar a constitucionalidade da decisão do Congresso de derrubar as medidas que aumentavam o imposto.

NÃO FOI SURPRESA

Após o principal plano do governo para fechar as contas falhar, Fernando Haddad se manifestou a favor de um recurso no Supremo.

Na visão do ministro da Fazenda, as saídas além do Judiciário seriam: fazer mais cortes no Orçamento ou achar novas fontes de receita.

“Eu sempre vou defender a Constituição. Se houver uma manifestação da PGFN [Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional] ou da AGU dizendo que o decreto legislativo é inconstitucional, eu sou pela Constituição”, disse ao C-Level Entrevista, novo videocast da Folha de S.Paulo.

Governistas que foram contra tentaram defender esforço para evitar um novo confronto entre a cúpula do Congresso e o STF. Na avaliação deles, existe base legal para uma vitória judicial na corte.

Integrantes do governo também alegam que a ação pode fornecer munição para a oposição nas redes sociais: o discurso de que Lula teria entrado na Justiça para aumentar impostos.

TEM MAIS GENTE NA BRIGA

Já há duas ações sobre o tema na corte, com pedidos opostos.

O PSOL questiona os limites constitucionais da derrubada pelo Congresso, enquanto o PL pede que a tentativa do Executivo de aumentar o imposto seja declarada inconstitucional.

E AGORA?

Alexandre de Moraes deve reunir a relatoria do caso. Luís Roberto Barroso, presidente do STF, encaminhou nesta segunda (30) a ação do PSOL ao ministro, que tinha o pedido da outra sigla sob seu comando.

**🇧🇷 MADE IN BRA…CHINA 🇨🇳**

A BYD está por todos os cantos. Se você mora em São Paulo, certamente viu inúmeros veículos da montadora chinesa por aí.

Após invadir o mercado brasileiro, a marca inaugura hoje sua primeira fábrica de veículos no país, em Camaçari, na Bahia.

SIM, MAS…

Por enquanto, só o ar que enche os pneus será nacional. Representantes da montadora confirmaram que, nesta primeira fase, os automóveis virão praticamente prontos da China.

É um regime chamado de SKD (“semi knocked-down”, em inglês, ou “semi-desmontado”). Neste caso, as carrocerias chegam pintadas e o veículo vem parcialmente montado, faltando encaixar alguns elementos.

É comum que isso aconteça nas primeiras fases do processo produtivo de uma nova planta, mas, na percepção de associações do setor, a BYD tem dado sinais de que não pretende movimentar o parque de fornecedores instalado no Brasil.

“Se vierem para cá gerando meia dúzia de empregos, estão dando empregos lá na China”, disse Cláudio Sahad, presidente do Sindipeças (entidade que representa as fabricantes de componentes).

“Eles [a BYD] têm uma capacidade de produção gigantesca na China, por isso compensa importar, mas não é necessariamente bom para o Brasil”, afirmou engenheiro Cassio Pagliarini, que é sócio da consultoria Bright.

FATIA NO BOLO

A montadora tem 4,26% do mercado nacional no acumulado de janeiro a maio, período em que emplacou 39,6 mil carros no Brasil, de acordo com dados da Fenabrave (associação dos distribuidores de veículos).

Está na oitava posição em vendas, entre as japonesas Honda (4,47% de participação) e Nissan (3,21%).

CASA BAIANA

A área foi comprada da americana Ford, que montou carros em Camaçari por 20 anos. A compra da fábrica pela BYD foi um alívio para a região, que temia a perda de empregos e atividade econômica na cidade.

O PRIMEIRO ESCÂNDALO

Antes mesmo do início da produção, surgiu o primeiro arranhão na imagem da empresa. A montadora e duas empresas terceirizadas que atuaram na construção da planta foram processadas pelo MPT (Ministério Público do Trabalho) por suspeita de trabalho escravo e tráfico de pessoas.

**O QUE MAIS VOCÊ PRECISA SABER**

Efeito Trump. A maioria das empresas não financeiras do Brasil avalia que a política comercial dos EUA afetou suas atividades.

Tecnologia na saúde. Microsoft apresenta ferramenta de diagnóstico de doenças com IA que, segundo a empresa, é quatro vezes mais bem-sucedida do que médicos.

Nu bolso. Nubank diz que vai reembolsar alta temporária do IOF a clientes Ultravioleta que usam a conta global.

Depois da recuperação judicial. Gol lança novo slogan e busca reaproximação com agências de viagens.