XIAN, CHINA (FOLHAPRESS) – Em evento semelhante a um programa de auditório, em Xian, na China, a BYD festejou nesta segunda-feira (30) a produção de um milhão de unidades do Dolphin Mini, com a presença de seus principais executivos -e tendo como atração a entrada em vídeo de sua vice-presidente, Stella Li, do Brasil.
A fábrica da montadora chinesa em Camaçari, na Bahia, será aberta nesta terça (1º). Como é comum na primeira fase de um processo produtivo, os automóveis irão para o Brasil praticamente prontos, no regime conhecido por SKD, sigla em inglês para semidesmontado.
Li enfatizou que o Dolphin Mini “já abriu suas asas ao redor do mundo”, antes mesmo da produção no Brasil e na Europa, esta na fábrica húngara prevista por ela para inauguração até dezembro.
Vendeu 103 mil unidades fora da China e virou “best-seller no Brasil, Tailândia, Singapura e outros”. Destacou ainda a entrada recente em 15 países europeus.
“A jornada para levar os carros chineses para o palco global não tem sido fácil”, disse, citando a “dura competição com gigantes globais estabelecidos”, sem nomear quais.
Sobre alcançar um milhão de unidades, completadas nesta segunda, na fábrica de Xian, a maior da BYD, Li sublinhou que o resultado veio “em apenas 17 meses”, estabelecendo “um recorde na história automotiva global”.
Segundo ela, “é parte da missão [da montadora] ajudar a resfriar o planeta em 1ºC”, o que cada comprador do modelo estaria ajudando a alcançar. Agradeceu em especial a “nossos 120 mil engenheiros, que tornaram a jornada global possível”.
Em entrevista coletiva concedida antes de viajar ao Brasil, em Shenzhen, sede da BYD, Li havia afirmado que o objetivo para a Europa é que o primeiro carro, chamado no mercado de Dolphin Surf, saia da linha de produção até o final ano. “E então, ao longo de vários meses, vamos aumentar”, disse.
Quanto às pressões da União Europeia, comentou que “o princípio da BYD é sempre produzir localmente, sempre produzir naquele mercado”. Descreveu a montadora como tendo “paciência de longo prazo, não toma decisões baseadas em curto prazo, como razões geopolíticas ou tarifas”.
Acrescentou: “Se for sustentável, então nós esperamos” o mercado amadurecer, ressaltando ser uma empresa privada.
A cerimônia em Xian, que precisou ser transferida para um salão interno devido à chuva, contou com intervenções semelhantes de diretores da BYD, além de testemunhos de usuários, influenciadores e até duas nadadoras vencedoras na última Olímpiada. Elas ficaram com o milionésio Dolphin Mini ou Seagull, como é chamado na China.
O evento teve dois animadores e distribuição de presentes para a plateia, inclusive bonecos Labubu, uma febre chinesa, da fábrica de brinquedos Pop Mart. Também uma banda de rock em mandarim e jovens em demonstrações de “street dance”.
Sob aplausos, foi anunciada mais uma redução de preço para o Seagull no mercado chinês, assim como uma quilometragem maior entre recargas da bateria.
Na entrada, influenciadores e jornalistas gravaram vídeos ao lado de versões coloridas do veículo e testaram sua ferramenta de estacionamento automático –que pode ser adquirida na China, apesar do desenvolvimento ainda parcial, mas não está disponível para outros mercados.
Também foi possível acompanhar veículos demonstrando a direção autônoma desenvolvida para rodovias. No carro em que estava o jornalista brasileiro, uma mudança de pista em velocidade precisou ser abortada pelo motorista da BYD, para evitar bater em outro que também mudava de pista, em meio à chuva forte.