Da Redação

O mercado financeiro brasileiro viveu uma segunda-feira (30) de forte otimismo, impulsionado por um cenário internacional mais favorável e sinais positivos vindos da economia doméstica. O dólar teve uma queda expressiva, fechando no menor valor em quase dez meses, enquanto a Bolsa de Valores subiu com força e fechou o primeiro semestre com desempenho acima das expectativas.

A moeda norte-americana encerrou o dia cotada a R$ 5,435, uma retração de 0,88% no pregão. Durante boa parte da sessão, o dólar flertou com a marca de R$ 5,42 — menor patamar desde setembro de 2023 —, mas ganhou leve impulso de compra nos momentos finais. Ainda assim, o mês de junho fechou com queda de 4,99%, consolidando o melhor desempenho mensal desde janeiro. No acumulado do semestre, o recuo já é de 13,5%.

No mercado acionário, o índice Ibovespa saltou 1,45%, encerrando o dia aos 138.855 pontos. A performance elevou a valorização acumulada no semestre para expressivos 15,44%. Junho fechou com ganho de 1,33%, mostrando resiliência mesmo diante de incertezas fiscais e políticas internas.

Fatores globais e locais impulsionam o mercado

Boa parte do otimismo veio do exterior. O recuo nas taxas dos títulos do Tesouro americano aumentou o apetite por ativos de risco em países emergentes, como o Brasil. Além disso, o alívio nas tensões entre Estados Unidos e Canadá — após Ottawa retirar uma taxação sobre empresas de tecnologia norte-americanas — contribuiu para o bom humor global. O gesto evitou o rompimento de negociações comerciais que havia sido ameaçado pelo presidente Donald Trump na semana anterior.

Nos Estados Unidos, as bolsas encerraram o trimestre em níveis recordes, marcando o melhor desempenho em mais de um ano, o que reforçou a onda de otimismo nos mercados internacionais.

Emprego e expectativa de corte de juros favorecem o Brasil

No cenário interno, a divulgação da criação de 148,9 mil vagas formais de trabalho em maio foi recebida com entusiasmo moderado. Apesar de o número ter ficado abaixo das projeções do mercado, analistas interpretaram o dado como um sinal de desaquecimento controlado — o que pode abrir espaço para o Banco Central antecipar cortes na taxa básica de juros.

Com isso, os investidores passaram a considerar mais seriamente um cenário de juros mais baixos no curto prazo, o que beneficia o mercado de ações e aumenta a atratividade de ativos de risco. A combinação de fatores externos e internos criou uma tempestade positiva para os mercados brasileiros — ao menos por enquanto.