Da Redação

A ameaça de greve no transporte coletivo de Goiânia foi oficialmente descartada na tarde desta segunda-feira (30), após uma longa e decisiva audiência de conciliação que reuniu representantes dos trabalhadores, empresários e autoridades trabalhistas. Após quase seis horas de negociação mediada pelo Tribunal Regional do Trabalho da 18ª Região (TRT-18), um acordo foi fechado e colocou fim à mobilização que vinha sendo articulada desde o fim de 2023.

O entendimento entre o Sindicato dos Trabalhadores no Transporte Coletivo (Sindicoletivo) e o Sindicato das Empresas de Transporte (SET) garantiu um reajuste salarial de 6,5% e aumento de 7% no auxílio-alimentação, com validade a partir de julho. Os novos valores já estarão presentes no contracheque de agosto.

Segundo o presidente do Sindicoletivo, Carlos Alberto Luiz dos Santos, a decisão foi validada por trabalhadores reunidos em assembleia permanente. “Foi uma negociação dura, mas necessária. Lutamos para valorizar a categoria sem prejudicar a população”, afirmou. Ele ressaltou o papel do Ministério Público do Trabalho e da Justiça do Trabalho na construção do consenso.

Do impasse ao acordo

Inicialmente, os trabalhadores reivindicavam aumentos bem acima do índice fechado: 20% de reajuste salarial e 25% no vale-alimentação. As empresas, por sua vez, propunham uma reposição da inflação com leve ganho real, totalizando 5,36%. As discussões chegaram a travar até que, com mediação do MPT e do TRT, as partes começaram a ceder. O sindicato dos motoristas reduziu sua pedida para 10% e o SET aumentou sua oferta. O acordo final — 6,5% de reajuste — foi sugerido pelo Ministério Público e aceito por ambas as partes.

“Claro que não foi o ideal para ninguém, mas foi o possível. E, sobretudo, respeitoso com quem depende do transporte público para viver”, declarou Carlos Alberto.

Empresas apontam limites

Durante a audiência, representantes das empresas destacaram que os recursos estão comprometidos com a modernização da frota e manutenção dos terminais, o que limita a capacidade de aumentar os salários. Já os trabalhadores defenderam que os subsídios públicos ao sistema permitiriam uma valorização mais significativa da mão de obra.

Apesar das divergências, a negociação terminou de forma pacífica, sem greve ou interrupções nos serviços. O desfecho foi visto como positivo até pelos empregadores. A cidade, por enquanto, respira aliviada.