SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A polícia da ilha de Lombok, na Indonésia, onde fica o vulcão Monte Rinjani, anunciou nesta segunda-feira (30) que já ouviu testemunhas que estavam na montanha para investigar se houve alguma irregularidade na morte da brasileira Juliana Marins, na semana passada.

O chefe da Unidade de Investigação Criminal da polícia, I Made Dharma Yulia Putra, disse à imprensa local que os policiais interrogaram quatro testemunhas-chave para determinar os detalhes do incidente.

“Interrogamos testemunhas que estavam presentes durante o incidente e acompanharam a vítima”, disse Dharma.

As quatro testemunhas incluem um organizador de trekking, um guia local, um carregador de Bayan, Lombok do Norte, e um policial florestal de Ampenan, Mataram, que era o responsável pela segurança e proteção na área do Parque Nacional do Monte Rinjani.

O coordenador também informou que os investigadores inspecionaram o local do acidente, em conjunto com o escritório do Parque Nacional Rinjani e também com funcionários da Embaixada do Brasil no país, para manter o contato com a família.

“Começamos a examinar testemunhas dois dias após o incidente e continuamos a aprofundar nossa investigação”, disse Dharma.

A polícia indonésia concedeu entrevista no mesmo dia em que a família de Juliana fez o pedido ao governo brasileiro para que uma nova autópsia no corpo dela fosse feita, dessa vez no Brasil. Horas depois, a AGU (Advocacia-Geral da União) informou que vai cumprir voluntariamente o pedido da família.

“Imagens de drones de turistas sugerem que Juliana tenha resistido ao acidente inicial e esperado dias pelo resgate. A expectativa é de que um novo exame, agora em território nacional, esclareça definitivamente as causas e o momento da morte da jovem brasileira”, diz a AGU em nota.

O órgão afirma ter pedido uma audiência urgente com a DPU (Defensoria Pública da União) e com o estado do Rio de Janeiro para definir a forma mais adequada de atender ao desejo da família. O pedido foi aceito pela Justiça e a previsão é que a audiência seja feita ainda nesta terça-feira (1º), às 15h.

“A decisão de atender com urgência todos os pedidos dos familiares de Juliana partiu de uma determinação do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva”, diz a AGU.

O encontro deverá definir os detalhes de como e onde será feito o novo procedimento. Segundo a AGU, a Polícia Federal se ofereceu para colaborar, por exemplo, com o traslado do corpo até o IML (Instituto Médico Legal) que for designado, caso seja essa a medida definida pelas instituições.

A companhia aérea Emirates afirmou na noite desta segunda que o corpo de Juliana chegará ao Brasil nesta terça-feira (1º). Mais cedo, a empresa havia dito que ele seria será transportado para Dubai nesta terça e, posteriormente, para o Rio de Janeiro na quarta.

“A Emirates informa que, em coordenação com a família, novos preparativos foram feitos para o transporte do corpo de Juliana Marins, cidadã brasileira que faleceu na Indonésia. O corpo chegará em São Paulo no dia 1º de julho”, afirmou a empresa, na nota, em que também prestou condolências à família.

Não foi divulgado como será feito o traslado do corpo para o Rio de Janeiro. O enterro será em Niterói, onde a jovem morava.