BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O mercado de trabalho formal no Brasil gerou 148,99 mil vagas em maio, segundo dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) divulgados nesta segunda-feira (30) pelo Ministério do Trabalho e Emprego.

O saldo entre contratações e demissões no quinto mês do ano ficou abaixo da mediana prevista por analistas ouvidos pela Bloomberg, que esperavam a abertura de 176 mil postos de trabalho com carteira assinada.

O Ministério do Trabalho e Emprego registrou 2.256.225 admissões e 2.107.233 desligamentos em maio.

O resultado ficou abaixo do que registrado em abril, quando o saldo foi de 237,3 mil vagas de trabalho abertas, e acima do desempenho de maio de 2024, quando o mercado formal fechou o mês com 139,5 mil novos postos de trabalho.

Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego, todos os grupos econômicos tiveram saldo positivo entre demissões e contratações. O setor de serviços puxou a geração de vagas em números absolutos, com 70,1 mil colocações, e a agropecuária teve o melhor desempenho relativo, com um aumento de 0,94% no número de postos de trabalho.

Das 148,99 mil vagas criadas em maio, 98,3 mil foram preenchidas por jovens de 18 e 24 anos e outras 26,3 mil por adolescentes. Para o ministro Luiz Marinho, o dado desmente a ideia de que os mais jovens estariam avessos aos empregos formais.

“[O que ele] Não quer é ter um chefe chato no ouvido, e ganhando pouco.”

Setores como a indústria e o comércio têm apontado dificuldades para contratar trabalhadores e chegam a falar em apagão de mão de obra.

Pesquisa Datafolha apontou que 59% dos brasileiros prefeririam trabalhar por conta própria, ante 39% que se sentem melhor contratados por empresa.

O levantamento apontou também que, desde 2022, cresceu de 21% para 31% o número de pessoas que consideram mais importante ganhar mais do que ser registrado. Já os que valorizam a CLT mesmo com salário menor caíram de 77% para 67% nesse intervalo de tempo.

O titular do Trabalho e Emprego voltou a defender nesta segunda que o desempenho do mercado formal foi contido pelo patamar de juros básicos, hoje em 15%. Na avaliação dele, enquanto a Selic estiver alta, o crescimento econômico estará contido, o que impedirá uma geração de vagas mais vigorosa.

Para o economista sênior do Inter, André Valério, os dados, ainda que abaixo das previsões, ainda mostrar um mercado de trabalho robusto. Ele considera, no entanto, que há sinais de perda de força, com o ritmo da geração de vagas em desaceleração. Essa redução, diz Valério, deve ter sinais mais claros a partir do segundo semestre.

Regionalmente, somente o estado do Rio Grande do Sul registrou saldo negativo, quando mais trabalhadores são demitidos na comparação com o total de admitidos. O número, contudo, é pequeno. Foram 115 vagas fechadas no estado, o que representa uma variação igual a zero.

Os dados do Caged apontam que o resultado no estado gaúcho vem do corte de 3.102 postos de trabalho na agropecuária.

Nos demais estados, o saldo foi positivo e puxado pela região sudeste. Em São Paulo, foram abertas 33,1 mil vagas com carteira assinada; em Minas Gerais foram 20,2 mil; e no Rio de Janeiro, 13,6 mil.

Em maio, o salário médio real de admissão foi de R$ 2.248,71, uma redução de R$ 10,98 na comparação com o mês de abril e e de R$ 1,15 em relação ao mesmo mês em 2024.

Desde janeiro deste ano, o mercado formal de trabalho teve um saldo de 1.051.244 postos de trabalho criados, volume 4,9% menor do que o registrado no mesmo período do ano passado.