RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Uma operação da Promotoria do Rio de Janeiro em conjunto com as polícias Civil e Militar nesta segunda-feira (30) prendeu preventivamente Marcelo Simões Mesqueu, conhecido como Marcelo Cupim.

Apontado por investigações como dono de bancas de jogo bicho e bingos clandestinos, Cupim foi denunciado sob suspeita de mandar matar, em 2017, Haylton Carlos Gomes Escafura, filho de Piruinha, integrante da velha cúpula do jogo do bicho.

A denúncia do Ministério Público foi enviada à Justiça do Rio no último dia 23. A reportagem não conseguiu localizar a defesa de Marcelo Simões Mesqueu.

Escafura foi morto a tiros em 2017, ao lado da namorada, a soldado da Polícia Militar Franciene de Souza. O casal foi morto em um quarto de hotel que havia sido invadido por dois homens armados.

Além do mandado de prisão contra Cupim, Ministério Público e PM cumpriram 15 mandados de busca e apreensão contra outros seis investigados, incluindo dois policiais militares. Os nomes não foram divulgados. Agentes estiveram em endereços no Rio de Janeiro, Cabo Frio, no litoral fluminense, e Florianópolis.

José Caruzzo Escafura, o Piruinha, morreu em janeiro deste ano, aos 95 anos. Ele foi um dos entrevistados na série “Vale o Escrito”, do Globoplay, e era o mais velho membro da chamada cúpula do jogo do bicho.

De acordo com investigações, o bicheiro já havia arrendado na última década os pontos que dominava por causa da idade avançada. Uma das regiões teria sido repassada a Cupim, e outras ao próprio filho.

A investigação do Gaeco (Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado), do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro aponta que Escafura teria tentado reassumir as áreas arrendadas por Cupim.

Relatórios da Polícia Federal e denúncias do Ministério Público indicam que Cupim teria passado a dominar os bairros de Cascadura, Madureira e Pilares, regiões da zona norte que antes eram controladas por Piruinha, além de Campos dos Goytacazes, cidade do norte fluminense, onde o antigo bicheiro nasceu.

Nas redes sociais, Marcelo Cupim se apresenta como jogador profissional de pôquer.

Ele já havia sido preso em 2023, em operação da Polícia Federal com o Gaeco. Ele é apontado como líder de uma organização criminosa que explora jogos de azar ao menos desde 2018. O grupo, segundo a investigação, é suspeito de oferecer propina a policiais militares e civis.