RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS) – Dois pilares do Flamengo e remanescentes da geração de 2019, Gerson e Arrascaeta deixaram o Mundial de Clubes com impressões antagônicas.
Enquanto um se sobressaiu, mesmo em jogos diante dos adversários europeus mais complicados, o outro sucumbiu fisicamente nos enfrentamentos mais acirrados embora esteja na melhor temporada desde o ano “mágico” com Jorge Jesus.
DO XINGAMENTO AO GOLAÇO
No caso de Gerson, inclusive, a chance é grande de o jogo contra o Bayern ter marcado a despedida dele do time.
O meio-campista é cobiçado pelo Zenit, da Rússia, e também pelo Al-Nassr, da Arábia Saudita. Independentemente do destino, parece improvável que Gerson tenha mais capítulos com a camisa do Flamengo.
Embora tenha deixado o Brasil ouvindo xingamentos no AeroFla por causa da possibilidade de saída, Gerson mostrou foco e disposição grandes no Mundial.
O belo gol diante do Bayern coroou uma campanha muito estável positivamente falando.
Contra o Chelsea, ele já tinha tomado à frente da construção do jogo rumo à virada. Contra os alemães, com enfrentamento tático e físico elevados, ganhou duelos, apareceu na frente e foi crucial para trazer o Flamengo aos momentos de estabilidade mesmo após o caos que foram os 10 minutos iniciais.
SUBSTITUIÇÃO REPETIDA
Arrascaeta, por outro lado, ficou devendo nos momentos mais intensos da competição.
Seu talento é reconhecido quase que de forma irrestrita. Mas a capacidade física traz interrogações.
Em um ambiente de jogo mais intenso, acaba desaparecendo ou sendo bem menos efetivo.
Contra o Chelsea, a saída dele para a entrada de Bruno Henrique mudou o jogo completamente. Contra o Bayern, a mesma substituição aconteceu.
Arrascaeta teve dificuldades nas bolas esticadas, não conseguiu puxar contra-ataques e ainda perdeu a bola na origem do segundo gol. Não conseguiu sustentar a posse quando o zagueiro Upamecano aumentou a pressão ainda na intermediária rubro-negra.
A segunda parte da temporada do Flamengo passa muito por esses dois.
Com Gerson, se a decisão será sair ou ficar. Com Arrascaeta, se continuará fazendo a diferença no âmbito nacional, embora as limitações físicas sejam aparentes. Sobretudo para a proposta de marcação pressão e jogo intenso defendida por Filipe Luís.