Milhares de apoiadores de Jair Bolsonaro voltaram a ocupar a Avenida Paulista, em São Paulo, na tarde deste domingo (29), em mais uma manifestação convocada pelo ex-presidente. Apesar do novo ato, as pautas ecoaram discursos já conhecidos — com críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF), pedidos de justiça para os acusados pelos atos golpistas de 8 de janeiro e defesa de Bolsonaro, que é réu na Corte.
Desta vez, o grito de guerra que unificou a multidão foi “Justiça Já”, em resposta direta ao julgamento que ocorre no STF envolvendo o ex-presidente e seus aliados mais próximos. Bolsonaro é acusado de integrar uma organização criminosa e de tentar abolir, de forma violenta, o Estado Democrático de Direito — acusações que, juntas, podem render até 40 anos de prisão. Atualmente, ele já se encontra inelegível.
Este é o segundo ato bolsonarista realizado na Paulista em 2025 — o primeiro, em abril, teve como tema central o pedido de anistia aos envolvidos nos ataques antidemocráticos de janeiro de 2023. A manifestação deste domingo também teve forte presença política, com a participação de lideranças nacionais e regionais.
Representando Goiás, estiveram no ato o vereador Vitor Hugo, o deputado federal Gustavo Gayer (presidente do PL em Goiânia) e o senador Wilder Morais (presidente estadual do partido). Os três registraram sua participação nas redes sociais. Gayer, inclusive, subiu ao trio elétrico com Bolsonaro e postou uma imagem que repercutiu: ele ao lado do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas.
Tarcísio, por sua vez, é apontado como um dos nomes favoritos para disputar a Presidência com o apoio de Bolsonaro em 2026. Sem se declarar oficialmente pré-candidato, tem atraído olhares e, aos poucos, consolidado alianças. A foto com Gayer, que é pré-candidato ao Senado por Goiás, foi lida nos bastidores como um gesto político.
Além de Tarcísio, outros três governadores compareceram ao evento: Romeu Zema (MG), Cláudio Castro (RJ) e Jorginho Mello (SC). Já Ronaldo Caiado, governador de Goiás e também pré-candidato ao Planalto, optou por não comparecer, apesar de ter se reunido com Bolsonaro a portas fechadas durante visita recente a Goiânia. Caiado mantém sua pré-campanha presidencial ativa e diz que seguirá na disputa independentemente do apoio da base bolsonarista — embora também não descarte uma possível aliança.
A manifestação deste domingo reforça que o campo político ligado a Bolsonaro continua mobilizado e atento à disputa por espaço rumo às eleições de 2026, com aliados se movimentando nos bastidores e nas ruas.