SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Polícia Militar prendeu na manhã deste sábado (28) um homem de 27 anos, suspeito de atacar um ônibus em São Bernardo do Campo, no ABC paulista.

De acordo com a Secretaria da Segurança Pública, o homem foi detido em flagrante na avenida Senador Vergueiro.

Segundo um dos motoristas, ele teria danificado com pedras e barra de ferro um ônibus na avenida Kennedy e outros dois na Senador Vergueiro. Os respectivos pontos de ônibus também foram alvo de depredação.

A capital paulista e municípios vizinhos têm sofrido uma série de ataques a ônibus nas últimas semanas. Somente na cidade de São Paulo, até a última quinta-feira (26) haviam sido registrados 125 ocorrências em nove dias. Na maioria dos casos, os veículos foram atnigidos com pedradas.

Em um desses casos, uma mulher de 31 anos ficou ferida por estilhaços do vidro quebrado por uma pedrada, que acertou o coletivo por volta das 21h45 na avenida Washington Luis, no Campo Belo, zona sul da capital.

Segundo a polícia, guardas-civis municipais que atenderam a a ocorrência foram informados pelo motorista que a pedra foi lançada do lado direto próxima a porta.

A passageira acabou socorrida à UPA Vila Santa Catarina. Ele chegou a descer do veículo para tentar identificar o agressor, mas ele já havia fugido do local.

Uma câmera instalada no interior do veículo mostrou quando o coletivo foi atingido pela violência do ataque. A mulher estava no primeiro banco do lado direito do ônibus, mexendo no celular, quando o vidro estourou em cima dela. O smartphone acabou jogado para o meio do corredor. Desesperada, a passageira colocou a mão no rosto e começou a gritar. Ela continuou no lugar até o motorista parar o veículo.

Motoristas ouvidos pela reportagem dizem que as ações são resultados de desafios feitos em grupos de redes sociais, mas não há confirmação oficial de que essa seja a motivação.

Questionada sobre o número de ônibus atacados desde sexta até a madrugada deste domingo (29), a pasta da segurança não respondeu. Mas teriam sido ao menos sete casos na cidade de São Paulo e outros 13 no ABC.

A série de ataques a ônibus fez situação fez com que a gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos) colocasse o Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais) na linha de frente das apurações, centralizando as ocorrências antes registradas nas delegacias de cada bairro.

Um movimento de depredação semelhante ocorreu em agosto de 2018, quando 34 ônibus foram atingidos em três dias por bolas de gude e pedras. No entanto, foi algo restrito ao bairro de Cidade Tiradentes, na zona leste, e contra uma viação específica.

Segundo os relatos, os apedrejamentos acontecem de forma repentina —o autor ataca e logo se esconde. Há também casos em que o ataque é feito com o uso de bolinhas de gude. Muitos profissionais disseram que preferem não comentar o assunto.

O cenário atual fez com que o presidente em exercício do sindicato dos motoristas de São Paulo, Valdemir dos Santos Soares, encaminhasse um ofício na terça-feira (24) para o secretário da Segurança Pública Guilherme Derrite, em que pede uma reunião presencial entre os dois para tratar sobre o tema.

Sobre a prisão deste sábado, a Secretaria da Segurança Pública não diz se há relação com a série de ataques. Em nota, afirma que os policiais que atenderam a ocorrência notaram que o homem parecia transtornado, falas desconexas, e tinha um ferimento no rosto.

Ele precisou ser algemado já que mostrou resistência à prisão, e encaminhado ao Hospital de Urgências do município. Não foi informado se ele acabou hospitalizado ou continuou preso.

O caso foi registrado no 2º DP do município como atentado contra a segurança de outro meio de transporte, dano e resistência.