RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Cinco homens foram presos em flagrante nesta sexta-feira (27) suspeitos de integrarem um esquema de extorsão e tráfico de drogas nas praias da zona sul do Rio de Janeiro. Segundo a Polícia Civil, eles se passavam por ambulantes e usavam maquininhas de cartão adulteradas para extorquir dinheiro de turistas, a maioria estrangeiros.

Para aplicar os golpes, os falsos vendedores usavam maquininhas com as telas propositalmente foscas ou arranhadas, para dificultar a visualização do valor real pago pelas vítimas. De acordo com a investigação, as transações chegavam a R$ 20 mil por uma caipirinha ou R$ 7.000 por uma sunga. Cigarros foram vendidos por até R$ 1.000.

Além das fraudes, os homens também vendiam drogas e cigarros eletrônicos em pontos movimentados da orla.

A investigação aponta que os suspeitos mantinham ligação com traficantes da Vila Kennedy, na zona oeste, que se infiltraram nas praias para lucrar com o tráfico e os golpes.

Ainda de acordo com a polícia, o grupo é formado por pelo menos 20 falsos ambulantes, que agiam especialmente entre os postos 8 e 9, em Ipanema, e no trecho entre a avenida Princesa Isabel e o Posto 3, em Copacabana.

“Os suspeitos vinham sendo monitorados por imagens feitas por drone, demonstrando que praticavam tráfico de drogas e outros crimes na Praia de Copacabana”, afirmou a delegada Patrícia Alemany, titular da Deat (Delegacia de Apoio ao Turismo).

Alemany disse ainda que a polícia apura quem são os beneficiários finais dessas transações. “Em geral, o dinheiro é dividido entre os integrantes do grupo, mas estamos investigando se parte dos valores vai direto para o tráfico de drogas”, afirmou.

As prisões ocorreram durante uma operação conjunta entre as polícias Civil e Militar. A ação contou com 20 agentes e câmeras de monitoramento do 19º BPM.

Segundo a Polícia Civil, todos os presos já tinham antecedentes e foram autuados por tráfico de drogas, estelionato, associação para o tráfico e contrabando de cigarros eletrônicos.

A operação, batizada de Praia Limpa, vai continuar para identificar e prender outros integrantes da quadrilha.

DOIS MILHOS POR R$ 1.000

No início do mês, um vendedor ambulante foi preso em Copacabana após cobrar US$ 191, o equivalente a cerca de R$ 1.000, de um casal de turistas da República Dominicana por dois milhos verdes.

Segundo os turistas, o ambulante tentou inicialmente cobrar R$ 300 pelas espigas, reduziu o valor para R$ 60 após protesto do casal, mas aplicou o golpe ao usar uma maquininha emprestada por outro vendedor. As vítimas perceberam a fraude ao checar o aplicativo bancário e acionaram a Guarda Municipal.

A delegada Patrícia Alemany afirmou que o caso não tem relação direta com a operação realizada na última sexta-feira, mas integra um conjunto de investigações sobre fraudes praticadas contra turistas nas praias do Rio.