SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Ogilvy, uma das maiores agências de publicidade do mundo, anunciou o corte de cerca de 5% do quadro global de funcionários, o equivalente a 700 pessoas. A restruturação inclui o fim do departamento dedicado à diversidade e inclusão.

Com mais de 120 escritórios em quase 90 países, a empresa hoje possui mais de 14 mil funcionários. Até o momento, não estão previstas demissões na filial da agência no Brasil, segundo a companhia confirmou à Folha de S.Paulo.

A agência disse em comunicado distribuído internamente que, apesar do fim do departamento de diversidade, o compromisso com o tema continua e os líderes regionais seguirão recebendo suporte da divisão global sobre essas políticas.

A mudança já estava no radar. Em março, o WPP, conglomerado de publicidade e relações públicas da qual a Ogilvy faz parte, retirou de seu relatório anual menções a diversidade, equidade e inclusão. O documento do ano passado fazia mais de 20 menções aos termos.

No noticiário internacional, a mudança foi vista como uma forma de aproximar o conglomerado da política do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que assumiu seu segundo mandato na Casa Branca com o objetivo de eliminar políticas de inclusão.

No comunicado, Ogilvy citou ainda investimentos em inteligência artificial, com a integração de seus serviços ao WPP Open, plataforma de IA criada para atender às subsidiárias do conglomerado. “Essa evolução estratégica, embora exija mudanças difíceis, mas essenciais, foi pensada para fortalecer nossas equipes e aumentar nossa eficácia criativa”, disse a empresa.

No primeiro trimestre deste ano, o grupo reportou queda de 7,6% na receita líquida, para 2,4 bilhões de libras (R$ 18 bilhões) ante 2,6 bilhões de libras no mesmo período de 2024. A receita bruta caiu 5%.