SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Alexandre Pantoja tem uma missão no UFC 317: defender seu título pela quarta vez e ajudar o Brasil a sair do evento deste sábado (28) com dois cinturões quando ainda há tempo. Para ele, o mundo “acaba” em 28 de julho. Só depois pensará no dia seguinte.

Primeiro, o campeão peso mosca primeiro buscará a sua parte na luta co-principal da noite. Depois, torce para o compatriota Charles Oliveira recuperar o título no peso leve para consagrar uma dobradinha brasileira na T-Mobile Arena, em Las Vegas, nos EUA.

NOVA DEFESA E CHANCE DE BRASIL EM DOBRO

Pantoja enfrenta o neozelandês Kai Kara-France para seguir no topo da categoria, posto que ocupa há praticamente dois anos. Ele se sagrou campeão em julho de 2023 ao derrotar Brandon Moreno e, desde então, já fez três defesas bem-sucedidas de cinturão —derrotando Brandon Royval, Steve Erceg e Kai Asakura, em sequência.

O brasileiro se preparou para o duelo como se o evento marcasse o “fim do mundo”. Indo para a sua 17ª luta na organização, ele está bem mais climatizado, como diz, com a sensação de subir ao octógono, mas não deixa de sentir a mesma felicidade do início de sua trajetória. A diferença agora é o legado que carrega e os milhares de fãs que lotam o palco onde ele se apresenta. “Quem diria que eu ia chegar até aqui?”, diz, nostálgico.

“Lutar é uma coisa muito louca. A gente se prepara o ano todo para lutar duas, três vezes. Então, é sempre um momento muito marcante. Quando a minha luta é marcada, parece que não existe mundo para mim, não existe ainda dia 29 de junho”,disse Pantoja à reportagem.

“Para mim, o mundo só vai até dia 28 de junho porque a coisa mais importante que eu tenho para fazer é vencer essa luta. Eu estou vivendo até lá. Vou buscar essa vitória com tudo que eu posso e a minha vida vai voltar ao normal a partir dali. Eu falo que não me sinto campeão mundial, eu vou ter oportunidade de mostrar para o mundo inteiro que eu sou o campeão mundial.”

“Eu percorri um caminho muito longo pra chegar até aqui e ter a oportunidade de fazer o que eu amo para o UFC, o maior evento de lutas do mundo, com 20 mil pessoas me assistindo ali na arena e outras milhares pela televisão. Antes, eu chegava e não tinha quase ninguém. nesta sexta-feira (27) em dia eu luto com a arena lotada”, complementou o lutador de 35 anos.

O peso mosca também vibra por integrar um card recheado de compatriotas e com outro brasileiro disputando título. Ao todo, lutam no evento oito atletas do Brasil, com Charles Oliveira disputando o cinturão vago dos leves contra o invicto Ilia Topuria. Do Bronxs foi o detentor do título entre 2021 e 2022, quando foi derrotado por Islam Makhachev, que deixou o posto recentemente ao subir de categoria.

Eu me sinto muito feliz e honrado de fazer parte desse UFC que vai ser muito importante para o Brasil. A gente tem diversos nomes e a oportunidade de sair com dois cinturões mundiais. Vai ser uma grande noite para o Brasil e a gente está fazendo de tudo para que isso aconteça.Pantoja

Pantoja e Charles buscam afastar uma escrita negativa do esquadrão brasileiro no UFC em 2025. Até agora, todos os sete lutadores do país que encabeçaram eventos neste ano saíram derrotados: Durinho, Deiveson Figueiredo, Renan Prates, Diego Lopes, Alex Poatan, Gregory Rodrigues, Renato Moicano. Já Mackenzie Dern e Amanda Ribas abriram a temporada com duelo brasileiro.

A missão do campeão dos moscas vem em uma revanche. Pantoja e Kara-France já se enfrentaram antes, em 2016, no reality TUF, com vitória do brasileiro. O lutador de Niterói foi, inclusive, o último brasileiro vitorioso em luta principal, e busca “abrir o caminho” para Charles coroar uma dobradinha para o Brasil.