BELO HORIZONTE, MG (UOL/FOLHAPRESS) – O Japão executou nesta sexta-feira (27) Takahiro Shiraishi, de 34 anos, pelo assassinato de nove pessoas. Conhecido como “assassino do Twitter”, seus crimes foram descobertos em 2017 após a polícia encontrar uma caixa com 240 restos mortais humanos escondidos em sua casa.

Polícia investigava o desaparecimento de uma mulher de 23 anos. Antes do sumiço, ela havia publicado no Twitter que queria cometer suicídio. O irmão da vítima acessou a rede social e levou os investigadores até Shiraishi.

Ao chegar à residência do homem, a polícia encontrou uma “casa dos horrores”: 240 restos mortais humanos estavam escondidos, em caixas, cobertos com areia de gato para disfarçar o cheiro de decomposição. Tesouras, facas, uma serra e outras ferramentas de carpintaria também foram encontradas na residência.

No total, a investigação apontou que Shiraishi fez nove vítimas. Oito mulheres e um homem, com idades entre 15 e 26 anos, foram até a casa do condenado, onde ele as assassinou, esquartejou e escondeu os restos de seus corpos, em 2017. Segundo o ministro japonês da Justiça, Keisuke Suzuki, os crimes de Shiraishi também incluem roubo e estupro.

Shiraishi foi apelidado de “assassino do Twitter” pois utilizava a rede social para atrair as vítimas. Segundo a imprensa local, ele admitiu que fazia contato com pessoas com tendências suicidas e oferecia a elas ajuda para morrer. Shiraishi foi condenado à pena de morte em 2020.

A defesa de Shiraishi tentou reverter a pena. Segundo seus advogados, ele deveria ser condenado a uma pena de prisão, e não executado, porque suas vítimas haviam expressado pensamentos suicidas e, portanto, consentido em morrer. Um juiz rejeitou o argumento e chamou os crimes de Shiraishi de “astutos e cruéis”, segundo a imprensa.

O ministro da Justiça afirmou que Shiraishi agiu para satisfazer “seus próprios desejos sexuais e financeiros”. “Depois de muita consideração cuidadosa, ordenei a execução”, afirmou Suzuki.

O homem foi executado por enforcamento nesta sexta. Esta foi a primeira aplicação da pena capital no país desde 2022.

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