RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – A Polícia Civil da Bahia investiga a relação entre os assassinatos de Matheus Rodrigues de Souza, 24, morto a tiros dentro de um mercado em Eunápolis (a 633 km de Salvador), e de Anna Luiza Lima Brito, 21, assassinada um dia depois e apontada como suspeita de ter ajudado a planejar a morte do jovem.

Matheus foi morto na noite de terça-feira (24), em um mercado no bairro Doutor Gusmão. Câmeras de segurança registraram o momento em que ele conversava com Anna Luiza antes de ser atacado por um homem encapuzado.

As imagens mostraram quando o atirador entrou no local de capacete, disparou várias vezes contra o jovem e fugiu. Nesse momento, Anna Luiza se abaixou, olhou para o jovem e falou ao celular.

Em seguida, o atirador voltou ao local, passou por Anna Luiza, que saiu do mercado, e atirou novamente contra a vítima caída no chão.

Segundo o delegado Moabe Macedo Lima, titular da 23ª Coorpin (Coordenadoria Regional de Polícia do Interior), a conduta da jovem nas imagens levanta suspeitas. “No vídeo que circulou nas redes, percebe-se um comportamento irregular, que dá a entender que ela indicou o alvo a ser assassinado”, afirmou.

Anna Luiza teve o corpo encontrado esquartejado na manhã de quarta-feira (25), próximo à BR-367. Para a polícia, a principal hipótese é de que o assassinato dela tenha sido um ato de vingança, cometido por integrantes da mesma facção criminosa da qual Matheus fazia parte, após a descoberta da suposta traição.

Ainda de acordo com o delegado, Anna Luiza era conhecida pela polícia e pela população por envolvimento com o tráfico de drogas. “Ela chegou a publicar vídeos promovendo a venda de entorpecentes nas redes sociais”, disse Lima.

Os assassinatos são investigados pela 1ª Delegacia Territorial de Eunápolis. A rivalidade entre grupos criminosos e a eventual relação entre os dois homicídios estão entre as principais linhas da apuração. As imagens do crime estão sendo analisadas pela polícia.

Em uma publicação nas redes sociais, a mãe de Anna Luiza lamentou a morte da filha e disse que já havia alertado a jovem sobre os riscos da vida no crime. “Isso que aconteceu com a minha filha é fruto da desobediência, da rebeldia, de achar que é dona do mundo. É um caminho que ela escolheu.”