Walison Veríssimo
Em tempos de polarização e desconfiança generalizada em relação às instituições, o Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE-GO) deu uma demonstração de coesão e previsibilidade. Por unanimidade, os sete membros da Corte rejeitaram a ação movida pelo PP contra o senador Wilder Morais (PL), que pedia a cassação do mandato por supostas irregularidades na prestação de contas da campanha de 2022.
O julgamento, que poderia abrir margem para mais um capítulo de instabilidade política, foi encerrado sem maiores ruídos. Não houve divergência, votos vencidos ou polêmicas. Apenas uma decisão técnica, baseada em dados concretos e análise jurídica. No centro da acusação estava a alegação de captação ilícita de recursos. A corte, no entanto, considerou não haver indícios suficientes que sustentassem a tese.
Com isso, Wilder Morais permanece no cargo e sai fortalecido politicamente. Em um momento de articulações para 2026, quando novos alinhamentos devem se consolidar em Goiás e no plano nacional, a decisão do TRE elimina um fator de incerteza em torno do nome do senador e reforça sua posição no tabuleiro do PL.
O advogado Leonardo Batista, que representa Wilder e a sigla em Goiás, avaliou a decisão como uma reafirmação da confiança nas instituições e na soberania popular. Em outras palavras, a Justiça Eleitoral fez o que se espera dela: aplicou a lei, manteve a estabilidade e reafirmou o peso do voto.