SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – O criminoso sueco Clark Olofsson morreu nesta quinta-feira (26), aos 78 anos. Ele é um dos envolvidos no assalto a banco que deu origem ao termo Síndrome de Estocolmo.
Olofsson estava internado em um hospital na Suécia. Ele fazia um tratamento contra uma doença, não especificada, revelou o site de notícias local Dagens ETC.
Criminoso passou grande parte da vida na prisão. Além do roubo a banco, ele foi condenado por tentativa de homicídio, tráfico de drogas e agressão.
Mesmo preso, Olofsson se formou em jornalismo na Universidade de Estocolmo, em 1983. Ele foi libertado pela última vez em 2018, após cumprir pena por tráfico de drogas.
LAÇO ENTRE ASSALTANTES E REFÉNS DEU ORIGEM AO TERMO
Já bastante conhecido em seu país, o sueco ganhou fama internacional ao se envolver em um assalto a banco, em Estocolmo. Os criminosos e os reféns criaram um forte vínculo durante os seis dias de negociação com a polícia. Esse laço entre agressores e vítimas deu origem ao termo Síndrome de Estocolmo.
Assalto foi ao Sveriges Kreditbanken, em 23 de agosto de 1973, no centro da capital sueca. Assim que as portas foram abertas, Jan Olsson entrou com uma metralhadora e disparou para o teto.
Homem amarrou os reféns, pediu dinheiro, um carro e que libertassem Clark Olofsson da prisão. A polícia levou Olofsson para o banco e ele logo assumiu o posto de negociador.
Quatro funcionários do banco foram mantidos reféns dentro do cofre por seis dias. No sexto dia, a polícia perfurou o teto do cofre e usou gás lacrimogênio para conseguir desarmar os sequestradores.
Criminosos se entregaram e ninguém ficou ferido. Jan Olsson foi condenado a dez anos de prisão. Clark Olofsson foi considerado cúmplice e pegou seis anos de prisão.
Em entrevistas, Olsson disse que não conseguiu matar os reféns por ter se apegado a eles. Uma das reféns, Kristin Enmark, que tinha 23 anos na época, contou no livro “I Became the Stockholm Syndrome” (Eu me tornei a Síndrome de Estocolmo, em tradução livre), que via Olofsson como seu salvador.
No segundo dia de sequestro, em uma ligação telefônica com o então primeiro-ministro sueco, Olof Palme, ela disse que não tinha medo dos assaltantes. Segundo Enmark, quem dava medo era a polícia. Posteriormente em entrevistas, a mulher criticou a ação policial que a libertou do cativeiro.
Assim, nasceu o termo Síndrome de Estocolmo. Ele é usado quando vítimas desenvolvem vínculo emocional por seus agressores. O fenômeno ocorre em situações de cativeiro e abuso, por exemplo.