SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Em entrevista à Glamour de junho, Linn da Quebrada falou sobre suas vulnerabilidades, o tratamento contra adição e o retorno aos palcos.
“Confesso que o BBB foi o meu primeiro rehab”, contou a cantora. “Foi meu primeiro momento de ficar mais distante das substâncias e entrar em contato com a minha vulnerabilidade.”
“Me colocou diante de uma fragilidade que eu mesma não tinha noção. O público viu isso e acho que isso me humanizou – e ser humanizada enquanto uma travesti é algo muito valioso”, continuou Linn.
Na entrevista, ela também fala sobre a infância em Votuporanga, no interior de São Paulo, a adolescência conturbada entre igreja e descoberta da sexualidade e o primeiro contato com a arte.
“Eu tinha um grupo de amigos em que todos nós estávamos descobrindo a nossa sexualidade. Hoje, somos menos próximos, mas ainda nos falamos. De cinco pessoas, três transicionaram. Foi nesse grupo que encontramos muita força. Logo depois que fui desassociada [da igreja], comecei a fazer teatro. Ali, eu tinha a sensação de que ganhava poderes especiais. Comecei a entender o meu corpo de outra maneira. A arte entrou na minha vida me dando superpoderes”, conta.
Linn também falou sobre as internações para tratar a adição e a depressão. “Passei por duas internações. A primeira foi em uma comunidade terapêutica em Itu, onde fiquei três meses, e estava muito relacionada à depressão e ao uso de substâncias. Entender e aceitar ajuda é um dos aspectos mais difíceis”, diz.
“Fui para a clínica e fiquei três meses. Depois que saí, passei um bom tempo no processo de recuperação. Voltei a trabalhar, fiz algumas coisas, tive um período limpa, até que passei por uma recaída e voltei para a clínica, onde fiquei mais um tempo. Hoje, olhando para trás, vejo o quanto foi importante e necessário.”