BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez novas críticas a Donald Trump durante evento nesta quarta-feira (25), comparando-o ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ele sugeriu que o americano fosse mais chefe de Estado e “menos internet”.

“Nesse mundo conturbado, o mundo em que você tem o presidente dos Estados Unidos, que deveria brigar pelo discurso, deveria pensar o que falar, deveria ser menos internet e ser mais chefe de Estado, deveria pensar mais em livre comércio, no multilateralismo, deveria pensar muito mais na paz”, declarou.

Por meio das redes sociais na segunda-feira (23), Trump anunciou um cessar-fogo na guerra entre Israel e Irã, após 12 dias de troca de fogo aéreo.

“O que que a gente vê todo santo dia da imprensa? Necessidade de uma desgraçada [sic] de uma manchete. Nós já tivemos presidente assim, e vocês sabem que já tivemos. Ou seja, o que menos interessa é a verdade. O que menos interessa é o interesse do do país. O que mais interessa são interesses escusos”, disse Lula.

Em outro momento, ao comentar a guerra do Oriente Médio, o brasileiro também afirmou querer “passar longe” do conflito entre Teerã e Tel Aviv. “Não quero encrenca na minha vida. Eu sou da paz, não quero guerra”, declarou.

O presidente criticou o uso de dinheiro empenhado em guerras, em paralelo aos índices mundiais de fome, e disse acreditar que o mundo está “de ponta cabeça”. “Que prazer eu tenho em destruir uma ponte, em matar uma pessoa, que não é possível recuperar? Esse mundo tem que ser repensado”, disse.

Em outra menção aos Estados Unidos, Lula queixou-se de o país não reconhecer o Brasil como produtor de milho, e cobrou ao ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, que reforce a imagem brasileira na área para os americanos. “Eles têm que saber a grandeza do nosso país.”

As falas foram feitas após participação do presidente na 2ª reunião extraordinária do Conselho Nacional de Política Energética, junto ao ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, onde o governo aprovou nesta a elevação do percentual do etanol na gasolina, em meio a preocupações com o efeito da instabilidade no Oriente Médio para o preço dos combustíveis.