Da Redação
Em uma escalada dramática nas tensões do Oriente Médio, o Irã lançou nesta segunda-feira (23) uma série de mísseis contra instalações militares dos Estados Unidos localizadas no Catar e no Iraque, em resposta direta aos recentes bombardeios norte-americanos contra centros estratégicos de seu programa nuclear.
A base aérea de Al Udeid, situada no território catariano e considerada o principal posto avançado dos EUA na região, foi um dos alvos prioritários da ofensiva iraniana. Autoridades israelenses relataram que pelo menos seis mísseis foram lançados em direção à instalação, que abriga mais de 10 mil soldados norte-americanos.
Moradores da capital Doha relataram fortes explosões, conforme informado por correspondentes da agência Reuters. Em paralelo, veículos estatais iranianos divulgaram que os ataques fazem parte de uma operação militar batizada de “Anunciação da Vitória”, e prometeram que “nenhuma agressão ao Irã ficará sem resposta”.
Apesar da ofensiva, fontes diplomáticas revelaram que Teerã informou antecipadamente tanto os governos do Catar quanto dos Estados Unidos sobre a ação, utilizando canais diplomáticos com cerca de duas horas de antecedência. Segundo o New York Times, autoridades iranianas confirmaram que a estratégia foi desenhada para oferecer uma resposta simbólica e ao mesmo tempo limitar o número de vítimas – uma tática semelhante à usada em 2020 após a morte do general Qassem Soleimani.
O que já se sabe:
- O espaço aéreo do Catar, Bahrein e Emirados Árabes Unidos foi temporariamente fechado.
- O governo do Catar afirmou que não houve vítimas e que tomará medidas conforme o direito internacional.
- Bases norte-americanas no Iraque, Bahrein, Síria e Kuwait entraram em estado de alerta máximo.
- Os Emirados seguem monitorando a situação.
- A Casa Branca confirmou que já esperava um possível ataque e está acompanhando de perto os desdobramentos.
Contexto da ofensiva
O bombardeio iraniano ocorre apenas dois dias após a operação “Martelo da Meia-Noite”, realizada por aviões de combate dos EUA contra três instalações nucleares subterrâneas iranianas: Fordow, Natanz e Esfahan. O Pentágono afirmou que a missão destruiu “infraestruturas críticas” do programa nuclear de Teerã, mas garantiu que a ação não representa uma declaração formal de guerra.
Israel, aliado estratégico dos EUA, celebrou a investida. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu declarou que o ataque norte-americano “mudará a história”. Desde o início de junho, Israel vem realizando ataques pontuais contra alvos militares iranianos, o que, segundo Teerã, tem causado também vítimas civis.
Em retaliação, o Irã tem intensificado seus próprios ataques diários contra o território israelense, atingindo cidades como Tel Aviv, Haifa e Beersheba, agravando ainda mais a instabilidade no Golfo e acendendo alertas globais sobre o risco de uma guerra aberta na região.