Da Redação
A região metropolitana de Goiânia pode enfrentar um grande apagão no transporte coletivo a partir da próxima sexta-feira (27), caso não haja avanço nas negociações entre motoristas e empresários. A categoria aprovou uma greve em assembleia realizada no Terminal Padre Pelágio, no domingo (22), após rejeitar a proposta salarial das empresas do setor.
Os trabalhadores decidiram cruzar os braços depois que a oferta apresentada pelo Sindicato das Empresas de Transporte Público (SET) — um reajuste de 4,86% para repor a inflação, acrescido de 0,5% de aumento real — foi considerada insuficiente. Segundo o presidente do Sindicoletivo, Carlos Alberto Luiz dos Santos, a proposta não reflete as perdas acumuladas ao longo dos últimos anos, especialmente durante a pandemia, quando os motoristas seguiram atuando sem qualquer reajuste em 2020.
Além da reivindicação salarial, a categoria também cobra o retorno do transporte dos funcionários até as garagens e a retomada do adicional por tempo de serviço, que foi retirado em 2017.
Apesar de o SET ter solicitado uma nova audiência de mediação no Tribunal Regional do Trabalho, os representantes patronais não compareceram ao encontro anterior, realizado em 17 de junho. A ausência contribuiu para o acirramento do clima e fortaleceu o movimento grevista, segundo os trabalhadores.
O sindicato patronal, por sua vez, divulgou nota informando que a proposta feita está acima da média das negociações salariais em outros setores. Também destacou que, nos últimos dois anos, os trabalhadores teriam acumulado um ganho real de 9%, considerando as perdas provocadas pela pandemia. O SET ainda defende que o momento exige cautela, dado o atual cenário de recuperação da Rede Metropolitana de Transporte Coletivo (RMTC).
Se não houver um acordo até a madrugada de sexta-feira, a greve será deflagrada e deve afetar milhares de usuários que dependem diariamente do transporte público em Goiânia e nas cidades vizinhas.