O oitavo dia de embates entre Israel e Irã marca um cenário alarmante de escalada militar no Oriente Médio. Desde o início do confronto, em 13 de junho, quando Israel lançou ataques contra instalações nucleares em território iraniano, a situação evoluiu rapidamente para um ciclo de retaliações perigosas. O Irã respondeu com uma série de mísseis balísticos que atingiram solo israelense, ampliando o número de vítimas e feridos dos dois lados.
Segundo dados recentes da Organização das Nações Unidas, mais de 600 pessoas perderam a vida até esta sexta-feira (20). Apenas no Irã, a organização Human Rights Activists in Iran (HRANA) contabiliza 639 mortes. Do lado israelense, os bombardeios causaram 24 óbitos diretos e mais de 2 mil pessoas ficaram feridas desde o início dos ataques.
Com o conflito ganhando proporções regionais, líderes ocidentais intensificam tentativas diplomáticas para evitar uma guerra de maiores proporções. Representantes do Reino Unido, França e Alemanha devem se reunir ainda hoje com membros do governo iraniano. Paralelamente, os Estados Unidos, por meio do presidente Donald Trump, estipularam um prazo de duas semanas para que o Irã encerre os ataques e se comprometa com os termos americanos de não proliferação nuclear.
A guerra também tem gerado impactos fora da região diretamente afetada. Com o fechamento do espaço aéreo de Israel, uma delegação brasileira formada por prefeitos e secretários estaduais se viu presa no país em meio aos bombardeios. O grupo havia viajado para estudar tecnologias de irrigação e soluções agrícolas que poderiam ser aplicadas no Brasil.
Na noite da última quarta-feira (18), doze integrantes da comitiva conseguiram retornar ao país após seis dias de tensão em solo israelense. Entre eles, a vice-prefeita Cláudia Lira (Avante), que relatou ter se abrigado diversas vezes em bunkers devido aos alarmes de ataque aéreo. Outros representantes brasileiros, como os secretários de Saúde e de Agricultura de um estado não identificado, ainda permanecem em Israel, aguardando a liberação do espaço aéreo para embarcar de volta ao Brasil.
A recomendação do Ministério das Relações Exteriores era para que a viagem fosse adiada, diante da instabilidade crescente na região. No entanto, os órgãos envolvidos justificaram que a missão técnica já estava em andamento e visava benefícios diretos ao desenvolvimento agrícola brasileiro.
Enquanto diplomatas internacionais tentam mediar uma saída pacífica para o impasse, o temor de uma guerra mais ampla ainda paira sobre a comunidade internacional.