RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – A Bienal do Livro do Rio de Janeiro, que já é a maior realizada em termos de área no Riocentro, parece caminhar também para um sucesso superlativo em termos de vendas, com editoras relatando recordes de faturamento nos primeiros dias de evento, que vai até o próximo domingo.

Com o fechamento das contas de sexta-feira e sábado, a Sextante afirma ter vendido 70% a mais do que no mesmo período da última edição. Já no grupo Record, o crescimento foi de 45%. A Intrínseca também relata uma alta de 63%, a Rocco diz que a receita subiu 42% e a Globo Livros, 50%.

A HarperCollins, por sua vez, diz já ter superado, em apenas dois dias e meio, mais da metade do faturamento total da última Bienal.

A Companhia das Letras foi a única entre as maiores editoras do país que não compartilhou valores. Vale lembrar que o evento passado no Rio de Janeiro já tinha sido recordista absoluto, com editoras também relatando crescimento de dois dígitos em relação à edição anterior em 2021, bem acima da inflação.

A última Bienal do Livro em São Paulo, que aconteceu em setembro passado, também bateu recorde. A média diária de faturamento dos expositores subiu 83%, e o público de 722 mil pessoas foi o mais alto em uma década.

Tantas marcas históricas em sucessão podem estar apontando para uma mudança significativa nos hábitos de compras dos leitores, mais concentradas em grandes eventos, já que o mercado como um todo não celebra nem de perto cifras tão altas.

A maior pesquisa do setor, divulgada há algumas semanas, mostrou um cenário estagnado no comércio de livros em geral, com uma queda real de 1% de 2023 para 2024, sem a inflação.

A Bienal afirma que não divulga números de público antes do final do evento, mas há marcos que indicam sinais claros da popularidade da edição deste ano. No último sábado, pela primeira vez, o evento parou de vender entradas ao público e declarou ingressos esgotados -e ainda no começo do dia, às 13h.

No domingo, ainda havia ingressos disponíveis às 17h, mas mesmo no dia “sold out” a Bienal estava mais arejada que em eventos anteriores, reflexo do aumento do espaço ocupado no Riocentro, de 90 mil para 130 mil metros quadrados.

O evento tem caráter especial neste ano por causa da escolha do Rio de Janeiro como Capital Mundial do Livro pela Unesco. Por isso, a organizadora GL Events avançou o projeto de transformar a Bienal em um “book park” com o dobro da velocidade prevista -a festa alcançou em 2025 o tamanho planejado para 2027.

A ideia é atrair público com espaços imersivos e interativos como labirintos e “escape rooms” inspirados em obras literárias, além de uma roda-gigante.