SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Quando Drauzio Varella foi à Amazônia pela primeira vez, em 1992, ficou surpreso com a imensidão da floresta. “Pensei, ‘Como eu havia vivido tantos anos e visitado tantos países sem ter conhecido a Amazônia?”, disse ao público da Feira do Livro neste sábado (14).

Ele participou de uma mesa com o botânico Ricardo Cardim, na quarta edição do evento, em São Paulo, para falar de seu livro “O Sentido das Águas: Histórias do Rio Negro”. “O que me afastou da floresta por tanto tempo foi ter nascido em São Paulo.”

Desde então, Drauzio já retornou mais de cem vezes à região do rio Negro, onde mantém uma pesquisa em busca de atividade farmacológica em plantas nativas da Amazônia. “Fui ficando cada vez mais encantado pelo rio e pelas pessoas que vivem próximas a ele”, contou o médico.

Ele destaca a diversidade natural e humana do lugar: “Só no alto do rio Negro, são 23 etnias com seus próprios idiomas. É muito impressionante.”

Em seu livro mais recente, o médico narra essas suas viagens e o trabalho científico que realiza na Amazônia. Também é clara sua preocupação com essa região tão visada do mundo. “Desde os anos 1970, nós destruímos 20% da floresta. O aumento da devastação é visível para quem está lá”, disse.

Drauzio Varella é um médico cancerologista, escritor e comunicador brasileiro, conhecido por suas campanhas de prevenção de doenças, especialmente AIDS e tabagismo, e por sua atuação em presídios.

Ele se destacou na divulgação de informações de saúde em diversos meios de comunicação, como televisão, rádio e internet, e é autor de livros de grande sucesso, como “Estação Carandiru”. É colunista da Folha desde 2000.

A 4ª edição da Feira do Livro de São Paulo teve início neste sábado (14), na praça Charles Miller, em frente ao estádio do Pacaembu.